Palavras, poesias, poemas, versos, sonetos, estrofes, contos, crônicas, pensamentos, devaneios...
O caminho...
Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.
Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.
Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade
Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.
Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.
Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.
É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.
Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.
Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.
É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.
Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.
Humana sou.
domingo, 29 de agosto de 2010
Socorro
Consegui
Foi um trabalho árduo
Por isso me encontro exausta
Todas as minhas forças se foram.
Desci ao fundo do poço
Encontro-me encharcada de água até o pescoço
Somente minha cabeça está para fora
Não sei o que fazer
Se deixar a água engolir minha cabeça
Ou se gritar.
Será que alguém vai me ouvir?
Será que alguém vem me socorrer?
Vou gritar:
- Socorro.
Preciso de ajuda.
Peço que alguém venha me tirar daqui
Prometo a mim mesma que quando estiver longe deste lugar
Vou mudar.
Um comentário:
Sempre tem quem nos ouça, mesmo que a gente não enxergue nem tenha conhecimento disso.
Estar propensa a mudança é sempre um bom começo pra "livrar-se de todo mal".
Beijinhos
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