O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

sábado, 25 de junho de 2011

By Rainer Maria Rilke


"Não é só a inércia a responsável pelo fato das relações humanas se repetirem caso após caso indescritivelmente monótonas e viciadas. É a inibição frente a qualquer experiência nova e imprevista com a qual não nos achamos capazes de lidar. Mas só alguém que esteja corajosamente disposto a qualquer coisa, que não exclua nada, nem mesmo o mais enigmático, viverá a relação com o outro como uma experiência viva".

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Enfim, a brisa.




Sei que sou cruel
Sei que sou arrogante
Sei que sou mentirosa
Sei que sou pouco tolerante
Mas, também sei o quão sou inteligente
Desconheço a generosidade da minha criatividade
Desconheço os rumos que alcança minha perspicácia
Assim como, até outro dia eu desconhecia 
A dimensão da minha ex-desgraça.


Sei que choro muito
Sei que isso é irritante
Sei que passo dos limites por ser considerada 'muito transparente'
Mas, também sei o quanto sou valente
Sendo assim não ligo mais, ligo não
Afinal limite algum estabeleci para mim
Conclui, por fim, que não devo nada à ninguém
Nem mesmo para mim
Também conclui, enfim
Que não devo nada para o mundo
O mundo é que deve algo pra mim
Portanto senhor mundo precisamos conversar:
Intimo-o agora 
Resposta quero na hora:

- Sr. Mundo já passou do tempo de me pagar. 
E então? Vamos lá?