O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Bye, Bye

Planto-me aqui,
Para lhe informar,
Meu mais novo pecado,
Por mim, previamente, agendado:
- Adeus! Adeus! Adeus!

sábado, 5 de novembro de 2016

Um Coração Em Ciranda

Em meu peito bate um coração!?...
Às vezes, sim,
Outras, não!

Clarifico:

Bondoso, dá-me vazão:
Pula, pula e pula,
Até perder-se, curioso,
Em tantas outras aventuras,
Puras, puras e puras.


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Súbita Partida

Se eu sobreviver ao dia de hoje,
Sei que a morte jamais conhecerei.

Hoje minha alma quase se foi,
Enquanto meu coração ardia por perdão.

Como se deu o reencontro,
Entre ela, ele e mais um coração?
Poderei eu um dia explicar?
- Não.

Apaguei, por quanto tempo, não sei,
Quando os olhos abri,
Observei meu corpo esquálido, tão gelado,
Ah... Quisera um cobertor, nada, não.

Devolveram-me minhas lágrimas
Antes todas esparramadas,
Lavando nosso ex-solo-chão.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

'Cadê?'

Ah não, PQP. Eu aqui no meu canto, toda quentinha quando 'páh': Acordo com um puta frio no pé direito e pergunto-me: Cadê o outro pé da minha meia? Juro que estou há uns 20 minutos procurando e nada. Se alguém puder me ajudar, serei eternamente grata. Obrigada.

Jim Morrison

Eis mais uma foto do nosso lindo, talentoso, único e eterno Jim M. a qual coloquei no mural do meu quarto esses dias.

Dizem, que nessa fase, com os cabelos mais longos, ele estava 'assumindo' uma nova 'persona', motivado por causa daquele show sem vergonha, aquele barraco, que rolou naquela cidade também sem vergonha, além de medíocre, que é? – Isso mesmo: Miami.

Depois dessa 'ocorrência' ele foi morar em Paris. Jim, meu querido, Paris sim era e continua sendo lugar para você, tanto é que lá continuas. Love you JIM. Love you and your music always and forever.

sábado, 30 de julho de 2016

(Minha) Definição para crueldade:

Dói não ser notada,
Fere não ser ouvida,
Dói não ser considerada,
Fere não ser percebida.

Porém, o que mais me acaba,
Nessa situação toda,
É perceber que, dia após dia,
Mais e mais, por ti, ignorada sou.
Conclusão: Nada mais sou?!

Então, permita-me, perguntar:
- Será que só por você,
- Ou será, também, que por mim?

Responda-me, rogo-lhe, por favor:
- É isso mesmo?
O fim se autodenominou?
- É isso mesmo?
Acabou?



quarta-feira, 20 de julho de 2016

Desenlace

“Fique tranquilo meu jovem,
Fique em paz meu rapaz,
Eu aguento, aguento sim,
Sobrevivi tanto a você,
Agora, sobreviverei a mim”.

sábado, 2 de julho de 2016

Ahn?

- Quem diria, foi buscar conforto na mãe Maria; 
Quem diria?

Perdoe Meu Rapaz, Perdoe...

Eu sei meu rapaz, eu sei. Quero dizer, às vezes acredito que sei. Perco-me logo em seguida e da afirmativa parto para a interrogação. Perdoe meu rapaz, por eu ser como sou. Se eu fosse diferente não seria quem sou. Assim, seguirei sendo como sei ser, como me fiz para mim...

Perdoe, meu rapaz, perdoe, por ser eu esse alguém assim...


I Am NOT Black, You are NOT White.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

“Tem males que vem para te fuder”.

Há algumas semanas, num sábado, eu e PH voltávamos do dentista quando num cruzamento aqui perto ele parou no farol vermelho e tranquilo soltou:

- Tem males que vem para te fuder!

Eu: Ahn?

Gargalhando me disse: - Mãe lê aquele cartaz ali naquele poste.

Li. Emplaquei também uma gargalhada que logo foi acompanhada da tal reflexão mental (e solitária), claro:

Putis grila: Gente, pensa só: Teve um (a) fulano (a) que teve a pachorra de mandar fazer um cartaz, em gráfica, pagou por ele e colocou naquele poste com esses dizeres. PQP. O (a) cara deve ter se fudido (a) mesmo.

É cada uma...

P.s.: Porque a caricatura de Nietzsche? Não faço a menor ideia.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Status: Cansada 'Pra' Caramba!

Eita: Perdi as contas de quantos origamis fiz hoje com meu papel de trouxa! Rá.
Segue foto da capa do meu novo livro a ser lançado em breve.

Status: Revoltada!

Não, impossível. Eu NUNCA vou compreender porque algumas pessoas, normalmente as que convivem diariamente comigo, dizem que eu sou uma pessoa 'difícil de entender'. Ah, 'tá' brincando.

Eu? 'Difícil de entender'? Poxa vida, eu sou tão simples, tão humilde, tão sincera, tão 'da verborreia', tão 'meiguinha', tão no meu canto, de boa, então, como é que podem me dizer uma coisa dessas? Ah, às vezes, magoa.

Vou dar um exemplo de como sou um ser extremamente fácil de compreensão:

Tem dias que quando encontro alguém que entenda minha 'vibe', ou seja, que saiba de onde eu vim, planeta, por exemplo, eu falo feito uma desesperada, como se nunca mais me fosse ser dada a oportunidade de pronunciar um 'A'.

E, tem dias, cá entre nós, aprendi a engatar uma mentira: Anuncio, previamente, ao 'morador' do mesmo domicílio que eu, ele mesmo, PH, ou, à JG e nora, que são vizinhos, o seguinte: - Amanhã passarei o dia fora. Quando vem o 'aonde vai e a que horas volta', resposta básica: Não sei.

Mentira pura. Fico o dia todinho no quarto, trancadinha, calada, sem dar um pio, monitoro o movimento dos demais cômodos, para poder ir comer algo, beber água, etc. Mesmo tendo agido como se fosse passar uns dias num 'bunker', ou seja, biscoito água e sal, água, água, biscoito água e sal e... 


Ah, isso porque em determinados dias não estou com vontade de abrir a boca para nada, sequer falar oi ou, sequer ouvir olá. Sério. Então, estrategicamente, escondo-me evitando conflitos.

Hoje, por exemplo, todos cientes de que viajo à tarde e volto, somente, sábado ou domingo! (Rá!).

Quanto ao telefone é bem simples também:
1) Tenho bina no fixo, então, claro, atendo somente quem e QUANDO quero: Nessa lista: Mãe, filhos, irmãos e? Acho que é só. Ah, ligações de telemarketing reconheço e só caio na primeira tentativa, nas demais, volume 2, deixa esse trem tocar. Mas, bate a tal solidariedade, em alguns dias, e fico pensando em quem está do outro lado, tentando falar algo que não me interessa, mas, em consideração a tal pessoa atendo e digo: - Senhorita ou rapaz, por gentileza, exclua-me do seu ‘mailing list’. Obrigada. Não, ele ou ela não têm tempo de responder. Desligo antes, 'sorry', sei que é mal, mas, telemarketing não dá mais.

E, quanto ao celular vive no 'vibra call'. Sou do tipo que ouço música o dia todo, mas não suporto barulho.

Para dar um outro exemplo da minha 'vibe': Segunda-feira passada, essa última, desativei a internet do aparelho. Nem os sons do sequer ‘whats’ queria ouvir.

Emergências, familiares têm o fixo, que tem a bina, que tem eu, que tem... É.

E, então gente? Putis grila, quanta maldade comigo isso de falar que sou difícil de entender. Na real? As outras pessoas é que são complicadas demais, isso sim.

Finalizando: Meu signo é Peixes e meu ascendente Gêmeos. Segundo a astrologia sou 'oito indivíduos em um'. Sério. Olha só que coisa, super, ultra, fácil de compreensão e entendimento.

Pelo menos eu me acho supersimples...

Ahn, como? Se eu me entendo? Claro que não e nem tenho a menor pretensão. Aí já é querer demais 'da minha pessoa'.

P.s.: Eu PRECISO desses 'sumiços', sabe? Pena que ainda não descobri como sumir de mim. Aí sim, vai ser dez, da hora, 'bro', ah vai.


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Parabéns Sawyer: 16.793.036 visualizações!






'Gato malo', gamei... (Albani Magrini Ribeiro)

‘Grudei’ no ‘gato ‘malo... Olho, olho, observo e constato, incansavelmente: Primeiro ele lasca o controle remoto ao chão, depois quando intenta lascar o potinho, ou copinho, sei lá, é repreendido. Ah, nesse momento apoteótico, o ‘gato malo’ olha para sua provável ‘matriarca’, ignora-a e vira-se novamente para o pote para lascá-lo também ao chão, sem dó nem piedade. A cara do ‘gato malo’ expressa:

- Era comigo? Me erra oh, sai fora.

“Gamei no ‘gato malo’”. Eita!



domingo, 5 de junho de 2016

"O talvez":

Se um dia precisares, novamente, de mim,
Não se intimide: Continuo no mesmo lugar.
De fato, dele nunca sai, 

Permaneço, ainda, por aqui.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Poesias x Verdades x Poesias que... sei lá.

Li em algum lugar, não faço ideia de onde, que 'a verdade é como a poesia, são poucas as pessoas que apreciam'.
Mesmo triste, de alma amuada, tenho que concordar.
Ah...
Mas, se nem versos ou estrofes as pessoas leem, o que dizer de um poema inteirinho?

Ei, trouxa, nasce de novo, quem sabe...
Esquece 'trouxona'. Vai nascer de novo um pouco mais trouxa, um pouco mais iludida e de novo sonhando, seja dormindo, seja acordada, seja em pé, seja deitada.

Vixi

Mais um pouco e meu estoque 'fenomenal' de paciência se esgota. PQP.

Ceifa

Perdemos a força - constatação –
A guilhotina dividiremos não,
Impiedoso o amor nos separou,
E quando, os dois já solitários, 
Destituiu-nos ligeiro pelo ralo.

Círculo

Bondoso tu chamas de vício,
Porém, há tempos, denominei,
De denso meu sacrifício,
Não, nada mais suplico!

The Animals - The House of the Rising Sun Mafia III Trailer 3



sexta-feira, 13 de maio de 2016

Cenário Da Ruptura

Sim, o tempo passou,
Rápido, rasteiro e impiedoso,
Ali mesmo, por mais alguns instantes,

Os dois permaneceram.

Em suas mentes vieram as imagens,
Passaram, rapidamente, todos os retratos,
Guardados, um por um, silenciosamente.

Não, não haverá amanhã para esse casal,
Quanto ao ontem todo se desfez,
Não pedirão sequer - nunca - 
Nem pensar - não - perdão.

Ela fará o mesmo percurso outrora realizado,
Agora, rumará lado contrário,
Enquanto ele, mesmo desejoso,
Jamais permitir-se-á,
Sua face uma lágrima molhar.

Acabou o caso do casal,
Enquanto a cortina transparente de voil,
Continuará pendurada encardida
Na porta da sala central.

Possibilidade ínfima sequer,
Poderá, um dia, 
Unir de novo - ah, poderia -
Esse homem à essa mulher.

Prolongado por uns dias,
Fez-se o fim,
Tanto para ele,
Quanto para mim.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

John Lennon - Imagine (original instrumental)

“Sou grata à fé,
Que não me cegou,
E, o baque atenuou,
À infelicidade do fato...
- Previsto - ”. By Ana Gill







José - Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?


quarta-feira, 11 de maio de 2016

Tia Minha Socorro

Tia Socorro, 
Meu amor pela senhora será infindo,
Irá além do eterno. 


Obrigada por ter sido sempre minha tia,
Tão minha tia minha!


Eu, pequena e mulher feita,

Sempre,
Sua 'Vaninha'.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Pesar

Duro. 
    
                       Difícil. 
    
             Doído.
 
      Pesado.


Arranha.

       Machuca. 

Rasga. 

 Sugado.


Aponta com a ponta suja aguda.

                  
                             Sente sem querer o que não crê.
                   

                                           Futuro não há.

    
                Duro difícil penoso pesar.


                                      Pesar que se paga por em nada ceder. 

                                         
Pobre esse SeR?

                                     Sei não. 

Jamais pensei. 

                         Sequer imaginei. 

Nunca pensei
      
                      Que vaidade assombrada,


Sangrasse na pele fechada.

          
                         Só esse ser seguirá só


                                  Eternidade a viver acompanhado do pesar a ele necessário.


domingo, 1 de maio de 2016

Estio

Seca,
Nua,
Crua,
Tanto por dentro,
Quanto por fora.

Dentro dela também um vazio a envolve,
Depois se auto expele pelo nariz, olhos e outros poros.

Ela deixa a casa,
Segue rua adiante,
Caminha e não repara,
Em quem nela repara,
Somente frente a uma vitrine,
Percebe seu corpo desnudo.

Plateia pequena ovacionou,
Ela sequer se abalou,
Se, era ordinária e vil,
Os demais filhos de putas,
Que nenhum sequer pariu.

Quando a plateia decidiu de novo gritar,
Desnuda, despida, seca e também incrédula,
Ela percebeu a quão vil e ordinária poderia ser.

Praguejou a todos que a rodeavam,
Ofendeu mães, filhas, pais, talvez até tias,
Nem por um momento sentiu pesar,
Agora aquilo que se fazia resto,
E resto se joga no lixo.

Resto essa mulher não iria mais ingerir
Resto alguma essa mulher se permitiria,
Novamente deglutir.

A partir desse momento,
Deu-se conta de que só haveria,
Uma única maneira de ajuizar:

- Ou seria do jeito dela,
Ou ele poderia à casa da mãe retornar.

Se por um tempo ela permitirá,
Que ele logo a moesse como lixo orgânico.

Agora, seca e vazia,
A explorar seu papel vil,
Não seria a morte dela,
Ele a celebrar.

Inverteram-se os pesadelos:

- Agora sou eu quem te esmago,
Pisoteio,
Arranco-te da casa, sem nada,
Desnudo e descalço,
E lanço com essa força que ganhei,
Um merecido pé na sua bunda.

Tratar logo de escolher,
Frouxo, bundão,
Em qual estrada tu,
Há de bradar por nela correr.

Problema teu, meu bem
Problema teu, neném,
No meu ventre não te carreguei,
Nem em meus seios te amamentei.

Problema teu, meu exibem,
Ponha-se daqui para fora,
E, por definitivo, esqueça,
O caminho de volta.

Para mim foi uma década de azaração,
Consolo-me, porém, em saber,
Que para ti,
Serão décadas de humilhação.


Tchau bundão!

Ah...

Como assim?
Como poderei eu assimilar,
Que o meu eu você insiste,
Em mim, logo, encontrar?

Ah...

Esqueça,
Nem você,
Nem minha mãe,
Nem eu,
Nem o pai,
Nem mais ninguém,
Chegou a conhecer,
O caminho tomado,
Naquela tarde chuvosa,
Por esse peregrino – meu eu meu - tão estragado.

Ah...


Tendência

Oi, desculpe,
Cheguei,
Sei que demorei.

Mas, cá estou,
Com a noite quieta,
Que ainda nos aguarda,
Repara, amor, repara,
Será ela a nos abraçar? 
Será?

Sim,
Fiz sim,
Fiz o percurso de volta,
Direitinho do jeito que você me ensinou.
Sabias que voltaria, não?
Então, porque, deixou-me ir?

Meses fiquei longe, 
Longe de ti,
Meses fiquei tão...
Não, não falo mais disso,
O recomeço para nós,
Dá-se agora.

Engano seu,
Desde que se foi,
Seu espaço cedi,
Para flores e cordão,
E, todo os dias,
Faço ramalhetes,
Imaginando que um dia,
Um deles contigo carregaria.

Antes que me perca,
Perante tantas palavras,
Preciso lhe contar,
Que não voltei por você,
Não, não e não,
Voltei somente por mim.

Desculpe, nada entendi.

Olhe aquela janela,
Parece cinzenta - é não -
Por dentro e por fora toda esverdeada.

Só veio para isso?
Responder não posso,
Não sei o que dizer,
Melhor calar.

Primeiro calo eu,
Em seguida cala você,
Não conheço outra forma,
Disso vir a funcionar,
Lua clareando ao lado,
Casa apedrejada por lá.

Vá.
Vá.
Vá.

Ou... 


sábado, 30 de abril de 2016

Reveres

Religião?
- Não,
Tenho não.

Religião?
- Obrigada,
Quero não.

Religião?
- Fede,
Podridão.

Religião?
- Ópio,
Enganação.

Religião?
- Males,
Mentiras,
Fraudes,
Falcatruas.

Religião?
- Intolerância
Desamor,
Ódios,
Intrigas,
Também suor,
Do fétido terror.


Religião?
- Vestes em seda,
Supõe bênção e doação.

- Lábia -

Triste,
Nada,
Eis que vaga,
Vaga em vão!

Religião?
- Sucesso enaltecido,
Sim, adquirido,
De quem?
Lembra não.

Lembro eu:
- Roubou,
Extorquiu,
Dos outros tomou.

A todos os enganados,
Deu-se o perdão,
A todos os enganados,
Eis a liberdade,
Por direito, a ti clamarão:

- Ladrão, ladrão, ladrão!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Eu te amo, ah...

Eu te amo,
Triste constatação,
Tu me fazes sofrer,
Tem muita interrogação.


Eu te amo,
Triste constatação,
Tu me fazes sofrer,
Mente e também coração.


Eu te amo,
Triste constatação,
Deixarei que esse amor parta de vez,
Tudo que por nós dois foi vivido,
Experimentado, apaixonado e partido,
Vai-se agora e rola no chão,
Outra vez, de novo, em vão,
Não!


Perdão, nunca mais, não!


Adele - Hello

R.E.M - Everybody Hurts (Live)


OMG: Para mim e para sempre a música mais linda e perfeita já criada na terra.

Parabéns Stipes. Você toca meu coração com aço pontiagudo, mesmo não querendo, 'sometimes hurt me'.



domingo, 17 de abril de 2016

Kodaline - 'All I Want'

“Nosso Estado democrático, cruelmente CONQUISTADO, jamais nos será ROUBADO!"

#acordacerebromeu    #NãoVaiTerGolpe 

Súplica e desabafo meus amigos, ocorridos madrugada adentro.

Tenho fé no futuro. Sim. Também tenho esperança. Mas, misto a isso, tenho medo, muito medo dos efeitos colaterais que resultarão desse processo maquiavélico para tomada do poder, independente do resultado final.

Os brasileiros não se calarão, nem aquietarão. Por isso, não podemos permitir que:  “Nosso Estado democrático, cruelmente CONQUISTADO, jamais nos seja ROUBADO!" By Ana Gill Benício.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O cessar da nossa história

Que saia de mim,
De dentro pra fora.

Que saia de mim,
Que seja agora.

Que saia de mim,
Permaneça nem mais hora.

Que saia de mim,
Que vá rua afora.

Que saia de mim,
E vá logo embora.

Tudo isso porque,
Aqui dentro, em mim,
Dói a dor do dorido.

Tudo isso porque,
Aqui dentro, em mim,
Dói a dor da chorosa.

Tudo isso porque,
Aqui dentro, em mim,
Dói a dor,
Daquilo que se foi outrora.

Que saia de mim,
Que vá logo embora.

Que saia de mim.
Novo caminho vá conhecer,
Porque tolamente o que fiz,
Foi meu passado desmerecer,
Nada erguido restou,
Nada do vivido sobrou.

Bem como, de nós, eu e você,
Nada resta mais agora,
Nem por dia, sequer por hora,
Nem para mim,
Tua ex-senhora,
Essa que ainda teima,
Em se fazer meio chorosa.

Peço a ti que ao ir de mim,
Pise fortemente,
Quem sabe assim,
O solo poderá até marcar,
O último passo que tu.
Por aqui venha a firmar.

Acordo combinado - eu e você -
Daqui para a frente,
- Na tua ou na minha mente -
Nada a lembrar,
Meio riso nem pensar esboçar,
Seja ao dormir,
Seja ao acordar.

Até que chegado o dia,
Quando se dará a total libertação,
O dia em que nossas mentes fora porão,
Do meu e teu peito – coração, coração,
Esse será o percurso tomado,
Para nossa história vivida,
Agora tão franca, perdida,
Possa, enfim, ser enterrada,

Que saia de mim,
Que vá logo embora,
Que saia de mim,
Por favor, vá agora.

Que saia de mim,
E, por completo,
Faça-se de esquecido,
Do caminho tão percorrido.

Que saia de mim,
Não deixe estrada alguma mapeada,
Que saia de mim,
Simbolizando nossas vidas passadas,
Doem agora, judiadas,
Momentos ínfimos de clamor,
Doem agora, judiadas,
Momentos ínfimos em alvorada.

Percebes, agora por final,
O que de fato transcorreu?
Nosso amor imaginado,
Sentido e pelos poros dos corpos trocados,
Relutou inutilmente em resistir,
Nem ao meu ou teu ciúme,
Mas à toda a desconfiança,
Que habita ainda hoje em ti,
Homem que chamo agora de criança.

Pela última vez,
De meu amor te chamo agora,
Somente para te te lembres sempre,
Que o final dessa história,
Por um só não foi narrada.

E, por fim, agradeço
A pequena vida a dois consternada,
E, por fim, agradeço,
Saber que tu serás o responsável,
Em rapidamente me fazer te esquecer.

Agora chega,
O adeus por muito se estendeu,
Saia, por favor, vá,
Lembre-se somente de pendurar,
A cópia da chave – maldita sala de jantar – .

Volto-me para o quarto,
Sem pensar no que acabara de acontecer,
Volta para o meu quarto,
Preciso, um pouco, adormecer.

Zona de perigo

Hás que suar mulher, 
Para teres o domingo que quer!


Vais ou não vais?

Tens um segundo para dizer se vai ou se ficas
Se for, terás meia hora para arrumar todas tuas tralhas
Depois disso, dou-te três minutos para atravessar esse corredor
E, definitivamente, dar o fora daqui!
Não, nem pergunte,
Não há opção para sua estadia
Esqueça, pura retórica tardia.



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Mãezinha

Mãe não penses em mim como alguém capaz
Saibas que me escondo atrás dos lençóis que tu lavas
Sempre, durante todos dias
Depois que tu anuncias
Tua reza diária
E vanglorias teu senhor
Num ato sereno de amor.

Mãe, tu sempre desejaste
Viver por mim
Viver para mim
Para me extrair
Da dor que o mundo
Far-me-ia sentir.

Mãe, precisas tomar ciência
Apregoou lhe que não sou apta
O medo que sinto da vida me abstrai
E, assim, faz-me incapaz.

Mãe, saibas que quando saio por aí sozinha
O que queria na realidade
- Escuta essa verdade -
Era ficar em casa
Com a cabeça recostada
Em teu colo, mãezinha.

Mãe, tu que sempre ambicionou
Um sonho para eu na vida percorrer
Mãe, tu que sempre ambicionou
Uma quimera em minhas mãos despejada
Mãe, tu tens que saber
O quanto sou inadequada
Para a vida viver.

Mãe, é assim que levo
Meus dias e minhas noites
Mãe, é assim que sobrevivo
Ao medo do invisível
Ao que desconheço

Esse temeroso e imprevisível.