Palavras, poesias, poemas, versos, sonetos, estrofes, contos, crônicas, pensamentos, devaneios...
O caminho...
Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.
Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.
Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade
Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.
Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.
Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.
É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.
Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.
Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.
É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.
Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.
Humana sou.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Aperto no coração
Através do teu vestido corado
Vejo açular teu peito rosado
Enquanto sinto soar
Teu coração apertado.
Tua fala mansa e rouca
Soa frágil, soa fragmentada
E à uma corda
Parece atada.
Meus olhos vêm em ti
Uma estampa que foi ferida
Uma estampa sequiosa
Que carece bradar
Mas, tua fragilidade momentânea
Tom algum consegue alcançar.
Muda estás
Nada ouço
Desejo que um dia
Alto possas gritar: - Proclamar
Perante essa situação.
- Tu tão bonita -
Carregas no teu corpo esguio
A semente da solidão.
É isso mulher?
Reparando em ti um pouco mais
Observo os movimentos do teu corpo
Aventuro-me a fotografar
Mas, infelizmente, prendo-me
Frente à ausência de anistia.
Avigora-te um pouco mulher
Diz logo o que te abala
Diz logo o que te põe atordoada
Talvez, quem sabe assim,
Soe para mim
Uma acanhada resposta.
Entoa mulher o que aperta teu peito
Entoa mulher o que aflige teu corpo
Entoa mulher.
Será que no fundo da tua razão
Perdestes o rumo
Enganou-se na direção
Ou será que tu se apoderou
Da errada condução?
Quem sabe mulher que o nó
Que outrora por ti foi atado
Possa por nós
Ser afrouxado.
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