O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Noite de sonho
























É noite, encontro-me num sono profundo. Nele tenho a felicidade de sonhar. Meu sonho é colorido. Vejo árvores pequenas formando um caminho. Nesse caminho também há flores. Mesmo só não me sinto desamparada. Confio no que vejo.

Percebo os pássaros entoando uma canção de boas vindas para mim. Também minha chegada é celebrada pelos outros animais. É como se estivessem esperando pela minha chegada. Acolhem-me em troca de nada.

Há risos. Há falas. Há melodia no ar. O ar exala um perfume delicado. Nele me banho e sinto minha pele se aquecer. Encontro-me num sono profundo e sonho, sonho.

Tenho medo de acordar e deparar com minha realidade solitária.

É hora.

Acordo.

Acordo e choro porque meu desejo era o de continuar sonhando e sendo feliz.

Felicidade para mim somente nos sonhos.

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