
É hora de admitir que passeia dentro de mim um leve sussurro
Entoando de dia, de tarde e de noite
Assumo que não sei defini-lo bem, sinceramente, sei não
Talvez eu possa dizer que ele se assemelha
À uma música foliando minhas entranhas na contra-mão.
Todos os dias agradeço a ele por me visitar
Afinal, nem todos podem consigo carregar
Sons intrínsecos, que em sua totalidade, promovem uma melodia suave
Vai além, detém o poder de me transmitir paz e consolo
Coisas que sempre ambicionei porém, sob vasto pranto.
Quando ele está presente emitindo seus doces murmúrios
Faz com que meu corpo elabore movimentos coordenados
Parece que sozinha consigo dançar travando, mesmo desacompanhada,
Uma coreografia, eu única, num enorme salão.
Ele deixa escapar um brilho abranda minha face,
Torna-se fácil de reconhecer
Que, de forma mágica, instantaneamente,
Também me induz pelo caminho da paz
Enquanto se espalha dentro de mim e
Balbucia uma canção.
- Não se vá sussurro
Não se vá
Peço que não me deixes nunca mais
Agora tu sabes, conseguistes reconhecer
Que com teu jeito acanhado
Pacificou meu desamparado ser.
- Não se vá sussurro
Não se vá
Eu, submissa, suplico-lhe
Se quiseres me ajoelho agora
E mesmo sem conhecer sequer uma oração
Para ti criarei, asseguro, em forma de prece,
Uma forma modesta e genuína de gratidão.
- Não se vá, sussurro
Não se vá.
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