O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Atitude























Por fim, 
Mesmo com tudo que na mente planejei
Eu consegui
Mesmo com tudo que na mente arquitetei
Eu consegui
Alcancei o sucesso
E antes de um pouco com ele me comprazer
É claro, eu consegui
Fui lá
Só mais uma vez
Para fracassar.

Então resolvi espairecer os pensamentos
Fui caminhar no calçadão
Repentinamente, sem nada entender, 
Meu corpo inteiro eu lancei ao chão.

Ainda na ânsia de acalmar minhas idéias
Dei foi de cara com o solo
Logo meu corpo eu endireitei
E bem quietinha esparramada lá fiquei.

Formou-se uma cena esquisita
Eu no papel principal
Por completo toda desalinhada
Que mesmo ali deitada resolveu
Sua vida por completo suster
Sem, ironicamente, esquecer
O caminho que se deve traçar
Para alcançar
Um belo fracassar.

Um comentário:

Denise disse...

"Sem, ironicamente, esquecer
O caminho que se deve traçar
Para alcançar
Um belo fracassar. "

Genial!!