Tranqüilas são as palavras
Traduzem mentes e corações
Decifram alegrias permanentes
E também decepções frequentes.
Quando pequena minha avó me segredou
Que as palavras reúnem-se com certa periodicidade
Para planejarem alentos e caridades
Para ajustarem planos em prol do alívio da sociedade.
Na época não entendi muito bem
Mas, guardei aquilo na mente
Até hoje minha cabeça retém
As falas que minha avó me doou
Foi assim, penso eu, que ela promoveu sua erudição
Tanto aqui quanto depois, através do além.
Agora adulta, sim, creio que compreendo
O que minha querida vozinha quis me dizer
Vejo no dia-a-dia o movimento transcorrer
E sei que por detrás de tudo isso
Sempre tem a palavra de alguém.
Sábias, em seus encontros, elegem venturas
Atualizam filas de atitudes e ações
Planejam a forma e o meio de transformarem
O que passa pelas linhas em prol do bem das multidões.
Quanto a mim sinto que são solidárias às minhas tempestades
Estão sempre a deslizarem entre meus dedos em linhas pautadas
Para que assim possa eu despejar
Tudo que teima meu ser sozinha comigo e em mim guardar.
Quero aqui poder agradecê-las
Obrigada a todas, obrigada
Espero que sempre possamos caminhar
Percorrendo juntas as mesmas vias
Além de seguirmos unidas, também, longas estradas.
Obrigada.
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