O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Inferno















Sei que estás aí
A zombar o tempo todo de mim
Vive me pregando peça
Fazendo com que eu me sinta menos ainda
Do pouco que me considero ser.

És diabólico
Muito malvado
Vives só
E tristezas a espalhar
Por todos os lugares
Não te inibes nem mesmo
Frente aos olhos da humanidade.

Infame
Classifico-o agora:

- Miserável és
Ordinário és
Vil és
Por completo és um homem abjeto.

Segue, enganando-se e ainda acredita
Nos teus poderes maléficos que detém
Todavia, para mim
Tu não tens valor algum
Menos ainda o que de ti
Pode ou poderá ainda sair.

- Some
Vai embora
Deixa-me
De ti estou farta
Nem te olhar consigo mais
Tua imagem não quero novamente ver
Quanto ao que simulas que és
Para mim ficou de fora
Passado virou
Vai miserável
Logo
Dá o fora!



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