Não tentes outra vez dissimular
Vejas no que tu, por fim, tornou-se
Um homem a viver a vida a barganhar
Barganhas tanto a comida
Quanto barganhas tua bebida.
Não sabes mais
Como e de que forma se faz
Uma existência erguida
E em dignidade vivida
Tu mesmo fez contigo
O que foi capaz.
Não tentes comigo outra vez dissimular
Posso não aparentar mas minha face
Teu molde reconhece de longe
Já percorri tuas formas
Já deslizei minhas mãos
Sobre teus contornos
Os dois deitados no chão.
Foi aí que descobri
Como é a vida vivida por ti
Composta somente e sempre de facetas
São muitos os teus disfarces
São muitas as mentiras que contas
Nenhuma verdade em ti mais se encontra.
Perdestes a honra
Perdestes o caráter
Agora. resta-lhe somente
Além do teu corpo magro
Tua fala tola e descrente.
Por isso, venho a ti
Nessa hora
Sim, agora
Alto em teu ouvido dizer:
- Fora cretino.
Para mim tu não existes mais
Vai, segues acompanhado de tuas farsas diversas
Vai, segues acompanhado de tuas palavras de ilusão
Vai, segues acompanhado de plenos enganos
Aqui, mais não!
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