Palavras, poesias, poemas, versos, sonetos, estrofes, contos, crônicas, pensamentos, devaneios...
O caminho...
Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.
Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.
Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade
Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.
Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.
Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.
É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.
Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.
Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.
É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.
Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.
Humana sou.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Pretensão de encanto para viver
Estão paradas, prostradas, paralisadas
No mesmo canto há alguns minutos
Choram a dor de um amor perdido
Choram a dor de um amor dorido
Choram a dor de um amor desencantado.
Choram ainda a humilhação
Choram ainda a hostilidade
Choram ainda o excesso de reclamação
Que do meu peito não vazaram.
Essas lágrimas clamam por uma nova vida
Essas lágrimas clamam um pouco de alegria
Essas lágrimas clamam a feliz partida
Mesmo que agora, assim, ainda seja meio tardia.
Partida essa que irá ao encontro do senhor
Partida esa que irá ao encontro do aludido bem estar
Partida essa que irá ao encontro do não mais preterido amor
Partida essa que desafiará através das veias frias
O encanto de ainda sonhar
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