Experimentou o sabor do desgosto
Ao se olhar no espelho do armarinho do banheiro
Raivosamente se pôs quando deu de cara consigo
Era aquilo de homem que ali para ele se apresentou.
Uma nova figura
Uma nova personagem
Outrora esquecida
Tanto por ele quanto pelos demais
Que habitaram em determinado período
Sua vida e preencheram seu coração.
Com pesar saboreou a saudade
Recordando caminhos cruzados
Recordando apoquentadas personalidades
Chorou
A face banhou
Reconheceu que aqueles a quem tinha apreço
Não lhe retribuíram
Nem retribuiriam
Sequer compaixão qualquer.
Homem adulto
Homem acovardado
Homem descoberto
Homem desesperado
Foi nisso que se tornou.
Homem adulto
Homem acovardado
Homem descoberto
Homem desalentado
Foi nisso que se fincou.
Ignorante teima em remar
Contra a sorte que não virá
Espera ele assim
Quem sabe encontrar
Piedade e alguém a lhe indicar.
Quem sabe um novo rumo
Quem sabe um novo norte
Quem sabe a fuga
Da vida
E da morte.
Talvez nesse novo lugar
Possa a cabeça adormecer
Talvez nesse novo lugar
Possa a cabeça repousar.
Iludido espera na desilusão
Que restou lá no fundo
Do seu estranho coração
Atenção ninguém lhe dará mais
Há de percorrer a estrada
Impedido por sua alma
De olhar para trás.
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