Não concebo indispor tua presença
Não cultivarei somente tuas sobras
No fundo de uma gaveta por amor esqueça
Tenho medo tenho pressa
Sou ansiosa inquieta
Admitias bem antes
Agora aceitas muito mais
Há um temor grande não impetrar
Lidar com a situação hesitar
Eis uma nova etapa
É aqui que dispõe-se outra porta na vida
Vivida por nós - um e dois – a sós
Apreendo-me intimidada
Quando se traz à baila o tempo imperioso
O que perpetrarei em minha temporada
Algo a improvisar nas horas vagas
Nesse momento meu amor
Meu desejo é encontrar-me contigo
Nesse momento meu querido
Agonia-me cobiçá-lo sem senti-lo
Há tempos não vivia algo similar
Um alguém tão próximo a mim
Homem cuidadoso que és a me acalmar
Atinado bem como deveras apaixonado
Há estações vago atravessadamente noites escuras
Trafegando madrugadas embrenhadas
Buscando o porquê do antigo sofrimento
Esqueço
Agora se faz passado
Deixado de lado alongado
Carecidamente finado acurado
Mereço
Peço, não me deixes
Peço, monopolizes a expiação
Peço que alcances a situação
De estar unicamente meio com medo
Trafico: Eu a escrever alucinada
Com a cara quase que lavada
Você a podar plantas a tirar ervas
Fazendo arroz e improvisando a salada
A história acontecerá de forma pacata
Essa que agora teima e contra-ataca
Discrepando do vivido e imaginado
Discordando do passado tão planejado
Queremo-nos um mais que o outro
Não há entusiasmos a aferir
Não há estaturas nem há peso
Menos ainda comedimentos
Há nessa era nossos desejos
Não se chora mais nem se lamenta
Eis meu amor à nossa frente
Um mundo acenando de cara pra gente
Eis meu amor na nossa frente
A vida ofertando-se acabrunhada
Eis meu amor na nossa cabeceira
Mais uma chance límpida transpirada
Faz-se agora imperioso vigiar
Ter acurado cultivar
Com amor amar
Com carinho afagar
Sem pudor descomposturar
Atravessei quase tudo atravanquei por quase todos
O que sinto não me é nada novo
Menos ainda trivial
O que dizer de abjeto ou senão banal
Vejo como raro assisto como belo
Vejo como puro percorro como deleitoso
Algo a viver tão único e tão apetitoso
Toma-me em teus braços
Acolhe-me e aperta-me
Amolga-me enfim
Teu amor a embaraçar em mim
Para perdurar meu querido
Abafa-me em tua astúcia
Em teus braços serenarei na fleuma
Em teus estreitos serei feliz
Viverei calma viverei plena.
Ferdinand by Victor Delacroix
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