Palavras, poesias, poemas, versos, sonetos, estrofes, contos, crônicas, pensamentos, devaneios...
O caminho...
Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.
Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.
Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade
Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.
Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.
Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.
É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.
Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.
Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.
É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.
Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.
Humana sou.
domingo, 25 de outubro de 2009
Francisco
Por anos e anos Francisco sucumbiu
Por anos e anos Francisco vergou-se
Anos a fio a desalentar-se
Deixando a fraqueza do mundo lhe dominar.
Francisco sujeitou-se às madrugadas
Delatou-se à escuridão das noites
Ele determinou esse castigo
Por ter permitido, descomedidamente,
Aludir sua vida
À invasão alheia e indecente.
Francisco prepara-se para reparar
Tudo o que deixou passar
Finalmente Francisco já se permite
Alguns momentos de alegria
E começa a espalhar
Sua porção de semente.
Francisco acolheu alguns convites
Nos instantes de contentamento
Despediu-se, por fim, da lenta enganação
E festeja sua vida vivendo em ascensão.
Francisco reina em sua pouca soberania
Enquanto isso celebra com uma canção
Aliviando do pesado passado
Seu iludido e cansado coração.
Francisco vá viver.
Francisco seja feliz
Lembre-se somente:
De quando anoitecer
Agradecer por você ser você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário