O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

João Gabriel

















Filho, fostes minha primeira cria
Eu, mãe pequena, plantei somente o que sabia
Se pouco, se muito não consigo sacramentar
Se certo, se errado não consigo arranjar
Em contrapartida, posso afirmar:
Fui apenas o que alcancei
Mas, ao extremo, de cara, te amei.

És meu turbilhão de alegrias
És meu primogênito, minha bela cria
És também o poço onde, equivocadamente,
Deposito minhas frias agonias.

Filho vem a mim e abasta meu coração
Sabes que careço de tu como meu guia
Avizinha-te e leva-me pela mão
Tu me indicas a melhor direção?

És sábio,
Sozinho aprendestes a cuidar de mim
Tens ciência do frágil equilíbrio em que me sustento
És sábio,
Sozinho aprendestes a cuidar de mim
Conhece as angústias em que me afundo, sim.

Filho, vem cá,
Necessito que me abarques
Sabias que por mim fostes apelidado
De menino sagrado?
E em teu nome abençoado, João Gabriel,
Agradeço o ar que diariamente me é ofertado.

Filho abraça meu coração
Juntos uniremos harmonia
Dessa forma tu poderás sentir
Um pouco do quanto és amado por mim.

2 comentários:

Unknown disse...

Bela homenagem!!!

Tia, vc é fantástica!

Te amo!

Anônimo disse...

^gill b.,
Venho pedir autorização para publicar essa obra no meu blog com referência a sua autoria.
Na publicação haverá links desse blog Palavras, Prosa e Poesias e do Narcisio Des Con Jun Ta Do.
Fico aguardando uma posição sua.
Abraço,
Questionadora