O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Doida

Sinto-me uma verdadeira insana. Já nem durmo mais. As palavras me consomem e escrevo enlouquecidamente. Preciso de um tempo. Preciso refrescar minha cabeça. Não sei o quê fazer. Estou perdidadamente envolvida com as letras.Traiçoeiras me corroem dia-a-dia. O pior de tudo isso é que não quero parar. Não consigo e não quero. Doida.

Um comentário:

Unknown disse...

E temos como parar com as letras, enquanto estivernos vivos ?
Estamos imersos na linguagem, querida.
Faz tempo, um vírus atacou um macaco que estava bem feliz da vida, até por não saber a palavra "feliz" ou "vida". Esse vírus se chamava Linguagem. E se espalhou rápido entre aquela, que agora, era gente....
Um prazer estar aqui.
Beijão !!!
Paulo Castro.
http://vazamentosdevapores.blogspot.com