Palavras, poesias, poemas, versos, sonetos, estrofes, contos, crônicas, pensamentos, devaneios...
O caminho...
Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.
Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.
Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade
Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.
Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.
Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.
É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.
Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.
Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.
É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.
Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.
Humana sou.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Dor
A dor dói e não morre nunca
Seja qualquer tipo de dor
Afiada não desaparece
Permanece conosco meio dissimulada
Ensaiando seu papel e quando pensamos que está adormecida
Ela acorda repentinamente para nos fazer sentir
Que está ali a nos vigiar e coagir.
Não há como da dor fugir.
A dor não vai embora
A ninguém ela oferta sua ausência
A dor não segue viagem
A ninguém ela deixa de sugar
A dor não permite ser apagada
Enquanto todos não deixarem serem explorados.
Faz-se merecedor saber que a dor dói
É digno saber que a dor por dentro nos corrói
Estabelecida ela se encontra no local que em cada um de nós elegeu.
E mesmo quando adormece faz-se latente
Aprisionando-nos com sua força
E mesmo quando adormece faz-se evidente
Acorrentando-nos com sua presença.
Enquanto tu carregas a tua
Eu carrego a minha
E assim vamos vivendo
Sofrendo a dor de sentir
Apanhando do pesar de existir
De tão fiel e invariável companhia.
A dor dói.
2 comentários:
Gostei!
a dor adoro
a dor
adorador
sensação que fere
mas também liberta
a dor
dodói
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