Palavras, poesias, poemas, versos, sonetos, estrofes, contos, crônicas, pensamentos, devaneios...
O caminho...
Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.
Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.
Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade
Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.
Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.
Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.
É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.
Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.
Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.
É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.
Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.
Humana sou.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Adversão
Isso mesmo. Sejas suficientemente ignorante para não notares o que acontece na vida dos desventurados que alimentam os espaços vagos e disponíveis no mundo. Dessa forma tu viverás mais do que o previsto. A ignorância rejuvenesce. Falo isso através do que minha razão se apoderou e do que há tempos minha sensibilidade aflorou. Denomino por fim a todos nós ordinários.
Desvio
A razão me pede o que não posso mais. A razão me pede o que não tolero mais.
Então, para não me esconder da situação isolo, compulsivamente, meu coração.
Na contramão dessa condição, minha sensibilidade me chama alto, vigorosa me pede que esteja presente e encare a vida de cara limpa, de frente, enfrentando algo que me assusta e bloqueia: A própria vida.
Porque será que meu caminho se fez tão apartado?
domingo, 27 de dezembro de 2009
Bobo
sábado, 26 de dezembro de 2009
RG
Subordinação
Fica
Insano te pedir novamente para ficar
Não ir dormir sozinho na tua casa
Não ir dormir sozinho noutro lugar?
Argumento delícias para a madrugada
Não há TV no quarto
A música nos embalará
Você dormindo
Eu puxando o cobertor
E a música entoando
Em nossos corações de amor.
Pela manhã levarei café na cama
Enquanto você diz o quanto me ama
Trocaremos alguns beijos
Respiraremos pelas mesmas vias
E nosso suor nos contaminará
Estimulando-nos ao ato de amar e mais amar.
Causa e consequência
Caminho
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Desânimo
Em certos dias não me pertenço. Faço parte de algo que não sei definir direito o que é. Apenas sei como o sinto. Trata-se de algo imperativo que se apodera das minhas emoções e põe em cheque a minha razão.
Mesmo sendo contrária a esse algo ou ciente de não necessitá-lo ele faz com que eu busque minha cama e deite-me horas e horas. Faz com que divague de forma confusa. Esse algo me humilha, pois se apossa das minhas energias. Não tem hora ou lugar para me encontrar.
Exerce tamanho poder sobre mim que me torna, quando presente, totalmente inerte. Enquanto ele está ao meu lado me conservo apática e sinto que ele anula meus pensamentos e confunde minhas emoções.
Astuto, descobriu que carrego comigo uma tristeza antiga e soberana. Dessa forma, apodera-se dela fazendo com que se sobreponha ao seu tamanho natural. Consegue fazer com que eu me sinta ainda menor do que normalmente me vejo.
Talvez a palavra adequada para denominar esse infortúnio seja desânimo. Sim. Desânimo é a palavra que melhor traduz o que se passa comigo quando estou acompanhada dessa desagradável sensação.
Mesmo, apática e entristecida, sinto que chegará o dia em que terei forças para não permitir que o desânimo me perturbe e sufoque. Não sei aonde buscarei coragem para enfrentá-lo, mas sei que um dia o farei. Confio.
Pequena loucura de amar
Tu és uma representação alheia
Arquitetada, arte, arquitetura
Mesmo assim tu és o meu amor.
Jorras como leite
Fazendo nosso deleite
Jamais se esgota
Perpetua-se sob nossas costas nuas
Íntimo e de forma posta.
Nas tuas mãos
Na tua boca
Vivenciamos nosso amor.
No chão
Na cozinha
Na calçada
Descalços
De meia
De touca
Enlaçados
Feito loucos
Amamo-nos
Com o coração.
Mas, precisamos sentir
Que enquanto disso desfrutamos
Precisamos pedir
A não sei quem
Perdão.
Amor amado assim
Feito de fissura
Sem tamanho
Sem fim
Amor amado assim
Estrangeiro
Veio e fincou pé
Em tu e
Em mim.
Dor
A dor dói e não morre nunca
Seja qualquer tipo de dor
Afiada não desaparece
Permanece conosco meio dissimulada
Ensaiando seu papel e quando pensamos que está adormecida
Ela acorda repentinamente para nos fazer sentir
Que está ali a nos vigiar e coagir.
Não há como da dor fugir.
A dor não vai embora
A ninguém ela oferta sua ausência
A dor não segue viagem
A ninguém ela deixa de sugar
A dor não permite ser apagada
Enquanto todos não deixarem serem explorados.
Faz-se merecedor saber que a dor dói
É digno saber que a dor por dentro nos corrói
Estabelecida ela se encontra no local que em cada um de nós elegeu.
E mesmo quando adormece faz-se latente
Aprisionando-nos com sua força
E mesmo quando adormece faz-se evidente
Acorrentando-nos com sua presença.
Enquanto tu carregas a tua
Eu carrego a minha
E assim vamos vivendo
Sofrendo a dor de sentir
Apanhando do pesar de existir
De tão fiel e invariável companhia.
A dor dói.
O dia que virá
Amo teu corpo que me propicia um raro prazer
Desprezo tua face que me demonstra fielmente
Quem tu realmente és e o pouco que esperas de mim.
Diariamente em minha mente
Refaço teus contornos
Tentando encontrar algo
Para lado a lado contigo continuar.
Diante disso disfarço minha ansiedade
De poder um dia, sim,
De ti eternamente me despedir
Compondo, assim, nosso inevitável fim.
Rap "Cauê" by João Gabriel Benício Santana
Se liga aí Cauê no que eu tenho prá você
Uma pancada de idéia sobre o seu proceder
Será que sua pessoa anda numa boa
Fazendo coisa errada, ficando aí à toa
Só marcando toca, dando várias brechas
Queimando o seu filme, por toda a Pompéia?
Escuta meu conselho, eu sô seu irmão
Fico chateado se te trombo no Morrão
Cinco da matina, pura adrenalina
Com uma pá de loco, disputando uma raspinha
Não pensa que tá fácil, você não era assim
Boa pessoa, trampava, estudava, enfim
Era boa gente, um cara competente
Muitos me falavam: É um menino inteligente.
Agora cê mudo, que pena desando
Se envolveu com gente errada, no poço se afundo
Chega no rolê, fala só groselha
Nunca tá careta prá troca umas idéia
Não qué mais trampa, muito menos estuda
Até sua mina, deixo ela escapa.
Eu lembro de pequeno no jogo do timão
Nóis saía empolgado e corria pro campão
Lembra muleke uns anos atrás
Nóis lá na praia, a rapa toda em paz.
Cê curtia um verdinho, talvez umas birita
Mas ainda não afundava na tal da química
Ela bateu na sua porta como sua amiga
Mas quando cê percebeu, acabo com sua vida
Tem até exemplo na nossa própria vila
Fábio, Pena, João Pedro e companhia
Cauê abre o olho sai dessa irmão
Antes que fique tarde e não tenha salvação.
Refrão:
Cauzeeeezinho vamo acorda
É hora de para
Eu vo te ajuda
Mas você tem que deixa.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Vida alheia
Sins
Delete-me
Cara do mundo
Embaraças-te, assim como todos nós, diante da sujeira que ajudastes a contribuir no mundo mostrando sua verdadeira cara, tão suja, tão conspurcada. Come on, enfrente essa realidade e tente, pelo menos isso, ajudar a varrer o lixo. Comece pela tua calçada. Eu começarei pela minha. Obrigada. Ah, ou então, use óculos escuros.
Aspiração
Espero que minhas palavras afetem tuas verdades. Sei que é altamente pretensioso da minha parte tal desejo mas, seria mentirosa e hipócrita se não lhe dissesse isso. Em contrapartida não creio, absolutamente, que o quê escrevo possa abalar as coisas em que tu crês. Mostro-lhe através desse escrito apenas minha aspiração peculiar e idiota.
Catástrofe
Se há um adjetivo que possa contemplar por inteiro o ser humano esse adjetivo somente pode ser denominado 'calamitoso'. Digo isso face às imagens que vejo e às palavras que ouço no meu dia-a-dia.
Afirmo: O ser humano é uma verdadeira catástrofe e nem se dá conta do mal que provoca enquanto poderia trocar esse mal por um pouco de bem. São tantos e tantos humanos que precisam por aí. Fazer o quê, né não?
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Perdão
Metamorfose
Olhar
Invisível
Aperto de mão
Crack
Armadilha
Sei apenas que quero estar ao teu lado todos os momentos da minha vida e em teus braços adormecer todas as noites. Ambiciono que isso aconteça até que a morte venha ao nosso encontro e desfaça o laço que cônscios, meu amor, atamos.
Saudade
Conflito
A razão me diz que eu deveria cavar um buraco e calçar-me nele. Talvez isso, me afastasse da vida que dia-a-dia transcorre enquanto me afunda profundamente.
O coração me diz que devo prosseguir sem pensar no que pode ou não acontecer após cada instante vivido. Diz-me que devo apenas saboreá-los.
Eu, entre a razão e o coração, atordôo-me. Chego a estontear e sem saber o que fazer me paraliso. Encontro-me agora assim: Paralisada. Estacionada frente ao espelho aventurando não descortinar minha imagem.
Dessa forma, quem sabe eu possa dormir um pouco mais essa noite. Quem sabe...
Arrogância
domingo, 13 de dezembro de 2009
Salvação
Alegras-te!
Deste caminho tu estás a salvo
Olvides por instantes somente da tua agonia
Que já se tornou fruto do passado
Repara bem no que a ti sucedeu
O perdão te aliviou
Finalmente te libertou.
Faz-se agora a hora de prosseguir
Conhecerás outros lugares
Tu terás que partir
Saibas que deixarás saudades
Afinal tu és único quando expressa uma melodia
E também és único entoando uma canção.
Ao mundo, finalmente, exporás teu coração.
Alegras-te!
Sei lá.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Miséria
Sem segurança ele enleia alguns passos curtos.
Percorre o caminho dos que um dia foram domesticados.
Atravessa a vila dos que foram eleitos pela vida a serem desprovidos de pão, arroz, feijão e calçados.
Acredita que pode mudar alguma coisa da divisão há tempos instituída
pelos homens a quem denominamos homens de razão e não humanos de coração.
Solitário ele continua a caminhada.
Sabe que sua presença nessa repartição é miúda e de pouca proporção.
A vereda é descompassada quase que torta e desequilibrada. Segue sem notar qual direção tomar. Afinal a miséria encontra-se em todos os locais.
Enceta uma reza frente aos carecentes. Humanos faltosos de instrução e de um pedaço de pão. Eles não compreendem as primeiras palavras mencionadas. Muito menos entendem a significação.
Perante a carente situação roga para sua alma um pedido de perdão.
E cala-se, então.
Não entende como o mundo acovardou-se diante de uma divisão tão miseravelmente apartada onde alguns saboreiam em seus dias as regalias enquanto outros, a maioria, saboreia as sobras largadas no lixão.
O mundo se constituiu de podridão. É demasiadamente farto para alguns que chegam ao ponto de desprezar seus privilégios enquanto os desprovidos de alimentos adormecem ao relento.
É difícil para o homem entender tamanha desigualdade onde os que tem as prerrogativas não pensam sequer em doação.
É difícil para ele aceitar tal situação.
Amargurado volta para sua casa sabendo que sozinho nada conseguirá alterar para acabar com a miséria espalhada pelos homens que se fizeram angariar de todo bem estar.
Enfim, os miseráveis continuarão apreciando de barriga vazia suas desprezíveis condições.
Mundo ordinário.
Mundo cão.
Anestesiado
O som da chuva acompanha os passos pequenos do homem.
Ele ensaia uma marcha que sai desequilibrada de tão embriagado que se encontra.
Anestesiado, não sabe o que fazer com o dia presente.
Anestesiado, o passado quase que por completo abençoadamente esqueceu.
Ébrio não pensa no amanhã. Tem ciência que pode haver ou não acontecer.
Com passos imponderados pelo efeito da aguardente sai cambaleando e na calçada fria se deita. Rapidamente adormece.
Tem um um sonho agradável. Nele revê a cama em que por tempos e tempos repousou.
Em sua fantasia vê nitidamente a mulher que outrora o acalantou.
Acorda de supetão. Sabe que para sua infelicidade o papel da senhorita ninguém mais haverá de realizar.
Volta para o bar. Pede um copo de cachaça. Seu desejo é de mais um pouco se embriagar. Nada como se embebedar, amortecendo assim, a vida que se tem de encarar. E viva a cachaça.
Travessia
Se tu pensas que ainda tens
Entre as tuas firmes mãos
Meu acanhado e sôfrego coração
Informo-te que estás saboreando
O gosto engenhoso da ilusão.
Não sou tua
Não pertenço a ninguém
Sou minha propriedade
Sou eu, assim,
Minha satisfeita cria.
Sozinha me submeto
Aos meus venturosos dias
Enlevada por uma intensa
E isolada alegria
Produzida por mim
Que haverá de me acompanhar
Sendo minha única e fiel companhia
Para quando eu precisar
Ela abrasada me acalentará.
Marcha esperada
Ciúme
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Delírio consciente
Se existe vida após a morte há alguém responsável pela criação dessa brincadeira. Como pôde edificar uma realidade tão idiota e por nos encarada covardemente?
Esse alguém deixou em nossas mãos a responsabilidade de sermos e tornarmos-nos existência, mesmo ciente de que não temos competência para enfrentarmos a vida como ela se apresenta enquanto atinge nossos acanhados e temerosos dias.
Cegamente seguimos em frente gracejando tolamente essa palhaçada.
Merda.
Mal
Se queres caminhar assim
Por esse caminho ruim
Apresento-lhe com prazer
A aparência da maldade
Para tanto tu terás
O dever de se revelar.
Quem sabe assim
Um dia ao se levantar
Encararás a verdade
Perceberás que extraíram
Da grande multidão
Palavras que revelavam
A crua realidade.
Estão acamados, tornaram-se débeis
Encontram-se encolhidos distantes da sonoridade
Que os homens ordinários
Deveriam consentir
Se conhecessem e aceitassem
Que nesse mundo precário
Haveria de se despejar
Por todos os lados
A esquecida piedade.
Fátuo
Beleza e ostentação
Esse é o resultado da combinação
Presente nas entranhas de tantas pessoas
Que pagam qualquer preço
Para abraçarem na escuridão
A vaidade agarrada às mãos.
Se tu queres caminhar assim
Tenho o prazer de lhe apresentar
O resultado dessa composição
Assemelha-se à falta de essência
Custo caro e o preço só tende a aumentar.
Porém, quem sabe um dia
Tu acordarás com os olhos límpidos
E darás de cara com a realidade
Que não se firma somente pela aparência
Mas, distingue-se, primeiramente,
Através da pesada existência.
Então, tu enchergarás
Que ainda existem
Os que não se destinaram a propagar
A pretensiosa ostentação
De querer se assemelhar
A algo que jamais serão.
Tchau.
Ensaio da dedução
Estranho como tu tomastes ciência sobre o poder do amor
Pensastes que o amor fosse faca de corte afiado
Pensastes que o amor fosse alheio ao destino
Pensastes que o amor fosse alheio à própria vida
E pensastes, também, que o amor fosse alheio até a morte.
Não te ressintas com tua percepção
Abras tua janela
E verás que fora da tua casa
Há uma grande multidão
Perturbada querendo sentir
Na pele e nos pelos o amor
Que traz lamentações
Mas, também, suaviza os corações.
Não te ressintas, pois, não estás só
Em todos os lados existem pessoas
Que perceberam o amor
Isolado, assim como tu.
Contentas-te, afinal, foi tua delicadeza
Que lhe permitiu por instantes ao amor se dedicar
E em teu coração o amor repensar.
Desilusão
Ficar sem ti
Doerá em mim
Mas, haverei de conseguir
E sozinha irei partir.
Sou frágil
Sou como o vidro
Que se despedaça quando encontra o chão.
Porém, o tempo que ao teu lado permaneci
Ensinou-me e transformou o formato do meu coração
Edificou-o em pequeninos quadrados de cimento.
Restrito se transfigurou
No formato de um bolo atulhado
Repleto de amargor e coberto de desilusão
Construído pelas tuas míseras mãos.
Construção
Não te amedrontes com o que virá pela frente
São muitas as versões humanas
Porém, sábia a vida a ti destinou
Perceber o amor
E mundo afora o apresentar.
Caminhes sem parar por entre as diferenças
Persistas sem embaraço ou pudor
Estires em tua jornada
Os laços que compõem o amor.
Tens em tuas mãos essa faceta
Destinada a ti em selado compromisso
Tens em tuas mãos essa faceta
Destinada a ti para o devido ensinamento.
A ti guarneceram tamanho dever
De espalhar o amor pelos corações
Para que cada ser possa sentir e reconhecer
O que é amar e permitir-se
À alguém em amor se entregar.
sábado, 28 de novembro de 2009
Lamento
Vertes-te em lágrimas coração
Encontras-te, coitado, tão apoquentado
Porque olvidastes da tua própria canção
E fora do teu caminho a lançastes?
Ela, tão feliz, tão enlevada,
- Por ti, assim, desenhada -
Magoada sequer informou
E distante de ti se albergou.
Tardiamente, tu sangras coração
Quem sabe ainda haja algo a recuperar
Primeiramente, jamais consintas
Desertarem-te num friento chão
Como fizeram às paixões cálidas
Por ti, sob a luz, abençoadas.
Apodera-te novamente do que é teu
Tens a suavidade que um dia alguém te concedeu
Enlaças reluzente o outrora perdido
Aleluia! Sim, todos os que se apaixonaram
Em momento algum,
De todos, nenhum,
Jamais te esqueceu.
Tu, serenas como te apresentas,
Possas, enfim, parar de sangrar
Mesmo quando fora de hora
Deparar-te, ir além, constatar
As amarguras carregadas
Pelos amantes de costas encharcadas.
Alguns ao teu lado não permanecerão
Sozinhos e distantes do laço do amor,
Acres, envelhecerão.
Jamais te culpes, coração
Por esses que as costas te darão
Lembra-te sempre
Fostes adornado
Pelas mãos das divindades
Para os ares atravessares
Alastrando o acalanto do amor.
Infiltrados pela tua devoção
Humanos e mais humanos
Abençoadamente irão agraciar
Com o amor o que se faz amar.
domingo, 22 de novembro de 2009
Ignorância
Há dentro de mim
Um sentimento sem fim
Vez ou outra
Ele toma forma
E contorna
Sinistramente
Minha silhueta.
Adorna minha estampa
Com doce e com sal
Um dia me disse em segredo:
- Jamais te farei qualquer mal.
Sendo assim deixo ele aqui
Permito que permaneça e aqueça
Minha alma
Quando o frio estampar
No jardim do meu quintal.
Idiota
Disfarce
Extra
Ação
Sentimento
Sensação
Percorre
O vazio
Em vão
Pura dissimulação
Sofre
Ajeita-te
Sentido
Sofreguidão
Segue
Só
Sem rumo
Sem direção
Encara
A contra mão.
Clausura
sábado, 21 de novembro de 2009
Categorização
domingo, 15 de novembro de 2009
Dever de Sonhar by Fernando Pessoa
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis."
By Bob Marley
Porque sua consciência é o que você é e sua reputação é o que os outros pensam sobre você. E o que os outros pensam é problema deles!!!"
By Jean-Paul Sartre
Para eu pensar
sábado, 14 de novembro de 2009
Situação
Interior
Mentira
Limite
Há algo que ensaio há tempos para te dizer
Demorei, não sei explicar bem o porquê
Talvez seja o que provoca minha ausência da vida
Durante todos os meus dias.
- Não suporto mais o ar que tu respiras
Não tolero mais o teu sorriso
Não sustento mais o som da tua voz
Não quero mais em teus braços adormecer
Prefiro a solidão a passar a vida com você.
Então,
Aqui
Agora
Nesse momento
Cortam-se os nossos laços.
Sigas teu caminho
Enquanto eu seguirei o meu
Torço para que longe de mim
Tu sejas finalmente feliz
Creia,
É meu coração quem diz.
Adeus.
Para lembrar sempre...
“Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade e não considero honesto rotular de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e, até mesmo, da ação”.