Palavras, poesias, poemas, versos, sonetos, estrofes, contos, crônicas, pensamentos, devaneios...
O caminho...
Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.
Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.
Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade
Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.
Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.
Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.
É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.
Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.
Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.
É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.
Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.
Humana sou.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Amor
Suave, mas suntuoso
Ardente, mas apaziguador
Um pouco enciumado
Nos corações ele aportou
Sua origem? Vindo lá do interior
Ao se apresentar todos o reverenciaram
Tem um nome freqüentemente entoado
- Amor.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Eu tenho medo
domingo, 24 de janeiro de 2010
Para refletir (Se você quiser, of course)
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Sei lá
Vem
Senta aqui
Ao meu lado
Posso te ouvir
Se tens
Algo a me contar
Talvez, o que se passa,
Qualquer coisa
Sei lá.
Nada posso mudar
Nem pretendo
Com palavras vazias
Encharcar-te
Posso somente te escutar
Se comigo te sentes à vontade
Podes falar
Desabafa
Bota pra fora
Sabe antes tenho a confidenciar
Não sou ninguém
Para ajuizar
Um ato teu
Ousar criticar
Nada vou supor
Nem imaginar
Menos ainda
Não tenho
A pretensão
Para pensar
Em querer te aconselhar
Penso que é besteira
Sei lá.
Enquanto te ouço
Doar-me-ei a ti
Prometo ser honesta
Com o que ouvir
Prometo ser tranqüila
Com o que te aflige
Lembro-te
Nada posso alterar.
Vem
Senta aqui
Quem sabe
Depois de soltares
Algumas palavras
Possa eu
Se me permitir te abraçar
Fazer-te sentir
Um pouco de calor
Melar-te no meu suor
Desculpa foi que corri
Para chegar aqui
Cá estou
Para te atender.
Vem
Senta aqui
Tens o tempo que precisar
Tirei meu relógio
Calada
Dedico-me a ti
Saibas tu
Que sinto algo assim também
Não sei o nome
Só sei
Que quando vem
Tudo que preciso
É de alguém
Para me escutar
Parece que emagreço
Desculpa o jeito
É como sinto
Em mim.
Desculpa se fui inadequada
Com o exemplo
Apenas quis dizer
Que penso que todos têm
Algo guardado para gritar.
Nada posso espelhar
Não tenho palavras bonitas
Não posso
Nem quero te adoçar
No mundo tem pouco açúcar
Há mais sal por aí
Já lambi
Besta eu
Verdade
Lambi.
Saibas apenas
Que comigo
Poderás contar
Asseguro-te que
Calada hei de ficar
Ah, se tens algo
A me perguntar
Saibas que sou dispersa
Não tenho respostas elaboradas
Sou descompassada
Não tenho nada planejado
Nenhuma frase
Nenhuma sentença
Nada que possa
Efeito provocar.
Repito
Tens comigo
Somente o tempo que precisar
Estou sentada aqui
No banco atrás dessa grande árvore
Que parece formar um cenário
Reconhecido como fiel.
Vim aqui pra te atentar
Somente isso
Tenho a doar
Somente isso
Ofereço
Diferente disso seria mentir
Não faço isso
Não quero
Em nada te iludir.
Se há respostas
Estão todas
Dentro de ti
Um padre me disse isso
Estão elas
Guardadas em lugares diferentes
Espalhadas pelo corpo
Foi, o padre me falou
Que pouco a pouco
Ao falar
Tu vais tirando
De dentro de ti
O que pensar
O que terás a fazer
E como poderás agir
Para contigo
Melhor se sentir.
O padre me disse
Foi bom ouvir
Sabe que acreditei nele?
Hoje penso que funciona assim.
Ah, aviso-te que
O banco está meio frio
E a brisa está forte a cair
Dizem que a brisa
É o afago da chuva
Aí está
A chuva caindo
Sem nada cobrar
E ainda se põe
A nos afagar.
O banco vai gelar mais
Molharemo-nos
Na brisa
Que refresca
O corpo
Leva o suor
Ah, o padre também me disse
Ao ser questionado
Que a brisa alivia a alma
Se isso acontece
Sei não
Sei lá.
Ah, agradeço-te
Por me escolher
Para nesse momento
Contigo estar
Saibas que isso
Bem me fará
Desse monólogo hei de sair
Mais serena
Desse monólogo hei de sair
Impotente, mas tranqüila
Sabe por quê?
Ao te ouvir
Minha voz na tua
Ressoará.
Vem
Não demora
A qualquer hora
Senta aqui
No banco frio
Com a brisa
A cair e cair
Em nossos cabelos
Em nossa pele
Provavelmente
Ficaremos encharcadas
As roupas molhadas
Será legal
Brisa boa
Faz bem
Nada de mal.
O padre também disse
Que a brisa
Serve para purificar
Coisas que se alojam
Em lugares tortos
Desprotegidos
Enfraquecidos.
Se é isso
Sei não
Também pra quê
Se dá pra sentir
Querer com isso
Formular
Algo a mais
Para se preocupar?
Sei lá.
Agora? Tudo bem.
É só sentar.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Vicissitude
Imposto, fragmentado
Na palma da mão
Cheirando à morte fria
Enquanto alguns
Esperam que amanheça o dia.
O revés da situação
Desobrigado, transitável
Despejado pelas línguas maliciosas
Cheirando à morte quente
Enquanto alguns
Esperam a noite permanente.
Momento meu
Escritos, caminhos, sentimentos sentidos e pensamentos.
Depois os pesadelos, claro, misturados ao longo dos meus também longos cabelos
despertando meu ser e possibilitando-me a expressão através das minhas também longas mãos.
Palavras dançam no meu estômago. Divirto-me. Danço no quarto escondida, claro, e sozinha. Pulo nua na cama, escondida, claro.
Sou eu,
Sou assim,
Até gosto de mim.
Simples, estouvada, descompassada, um pouco crua, mas limpa.
Fui.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Praga II
Sou a voz dos desconhecidos
Sou a busca dos necessitados
Sou a praga dos desfavorecidos.
Cale-se
Roga uma moça aflita que alguém ouça o que ela tem a dizer
Porém não há ninguém interessado no que ela tem a expressar.
Moça, sinto dizer, mas cale-se.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Oração de amor
Venho a ti
Ofertar meus afetuosos beijos
Venho a ti
Na ânsia de saciar
Todos os teus mais puros desejos
Venho a ti
Abençoar e afagar ternamente o teu rosto
Venho a ti
Ansiosa por saborear teu puro gosto
Venho a ti
Ofertar ardente prazer
Quando eu puder ver
Tua face desfalecer
Venho a ti
Exibir o que restou
Do que um dia,
Com alguém errado,
Nomeei de bem querer
Abraça o que tenho a oferecer
Agora podes desfrutar
Daquilo que é somente teu.
Ventos de jasmim
Súplica
Representação
sábado, 9 de janeiro de 2010
Dor
Cínica
Hipocrisia
Praga
Interesse
É uma merda mesmo. O ser humano nunca é sincero ou verdadeiro por completo. Há sempre uma intenção oculta. Pelo menos é o que eu penso e vejo acontecendo frequentemente.
Caminhada
Anseia um anjo avistar
Para quem sabe assim
À vida poder voltar.
Já não suporta mais o calor
Encharca-se num grande tambor
Logo, sai novamente para passear
Quem sabe alguém encontrar
De coração generoso
Que lhe ofereça o que busca
Ser acolhido como é
Ser adotado como sozinho se amimou.
Fraqueza
Estás a mercê, lançado à sorte
Não tem coragem para invadir
O coração da donzela e
Embalar carinhosamente a moça
Até fazê-la dormir.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Risco
Verdade vã
Parecer
Reviravolta
Passadio
Alegre
Alegria
Na cerca
Cercada
Pendurou
Infeliz
Sua vida
Jaz
Pendurada
Jaz
Falecida
Jaz
Merecida
Jaz
Esquecida.
Nojentos
Deitada o dia todo nessa cama nojenta
Fechada o dia todo nesse quarto nojento
Ela e os seus nojentos.
Miúda
Sente-se serena
Enfrenta uma via crucis
Enfrenta-a numa ponte pequena.
Meio desconsolada insisti em ficar
Ao lado do homem por todos julgados
Ao lado do homem maliciosamente sentenciado.
Não querem saber se são felizes
Importa apenas o que seus olhos vêem
Malditos, cegos e absolutos.
Miserável
Procura um canto, uma passagem e a alma a divagar
Sente o cheiro dos caminhos tortuosos que virão
Busca amor no meio da úmida imensidão.
Homem fraco, homem são
Homem de verdade, intranqüilo
Insatisfeito com a fome de um menino franzino
Discreto nos gestos, indiscreto nos pensamentos.
Duro, infeliz, mártir, cicatriz
Foi assim que ele compôs sua alma
Foi assim que ele se deu perdão
Nada calmo, sem ilusão.
Coberto de óleo negro
Cobertor fino, prego, pregão
Sente frio, vira de lado
E coloca seu prato vazio
Num canto do chão.
Sofredor de obras
Sofredor de horas
Merecedor das sobras
Merecedor das dores.
Pequeno, infeliz e mísero
Fez-se mendigo mesmo letrado
Jogou fora o que aprendeu
Vive o agora
O resto se perdeu.
Não liga
Não se apavora
Vive frio
Vive só
Quieto
Calado
Misterioso
Sóbrio no vagão
A pensar numa solução
Que não virá
Talvez um dia eterno ele se fará.
Dúvida
Um pedido de desculpas (Que não leva a nada)
Se você quiser me conhecer
Sinto lhe dizer
Mas serei franca
Afinal sou natural
A espontaneidade faz parte de mim
Eu me sinto assim
Não sei o que os outros pensam
Também não me importa nem um pouco
Voltando ao assunto
Se voce quiser me conhecer
Digo em verdade
Que não vale a pena
Sou uma mistura de uma mulher grandiosa e pequena
Não aprendi até hoje
Como é se relacionar com sinceramente com um homem
E sei que jamais aprenderei
Peço desculpas, mas sugiro
Que procure outra mulher
E lançe seu carinho fortemente no que irá viver
No fundo do enlance a dois, no retiro do prazer.
Boa sorte!
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Anúncio
Proclamou uma acanhada decisão
Expô-la em forma de apresentação
Nela depreciou o que lhe fora belo
Depois partiu sem ter aonde ir.
Fala
Assustas-te? Não me importo com teu sobressalto.
Caso me consideres ignorante saibas que ignoro tua consideração e continuo meu caminho.
Tchau.
Moléstia
Sinto muito lhe informar
Não sou quem você quer
Sinto muito lhe notificar
Não sou o que você deseja
Da estampa de uma mulher.
Entre nós sempre predominou
A infame concorrência
Entre nós sempre prevaleceu
Horas a fio de desavenças.
Isso ocorreu porque esperastes de mim
O que não tenho a oferecer, por fim
Sugiro que procures outro alguém
Eu fico comigo no meu mundo de além.
Manter-me-ei sozinha e animosa
Asseguro-lhe que haverei de viver
Ferrenha com todo meu secreto e grandioso poder.
Um dia o pesar te encontrará
Há espaço de sobra no teu lugar
Aproveitas tuas atuais regalias
Enquanto isso eu me encolho
Nesse imundo cobertor
Para me acalorar.
Nesse tempo asseguro que
Viverei da forma que estabeleci
Frente, diante, perante a mim
Sei que tu anseias
Que nas profundezas das águas eu me afunde
E me sufoque nas palavras por ti destiladas.
Assim não será
Assim não haverá de ser
Esqueça,
Sobrevivo das minhas fraquezas
De ti.
Besteirada
Ansiedade
Espera né?
Senta e espera.
Porque tanta pressa?
Não vou te adiantar remédio algum
Porque remédio não vai curar
Tua ansiedade de matar.
Então, para sobreviveres
Senta e espera.
Depois, na hora certa,
Poderemos conversar
E trocar idéias.
Você me diz o que se passa
E eu te digo quais são
Tuas próprias ameaças.
Então, senta e espera.
Espera, né?
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Desabafo compartilhado
Será que se eu jogar essa porra dessa máquina aqui do sexto andar terei um pouco de paz?
Minha criatividade é junky. Não tem limites, não tem hora, não tem lugar.
Vivo com um caderno na bolsa e, com frequência, paro nas ruas para anotar algo que me vem à mente. Tenho medo de perder a idéia central do pensamento que, por consequência, transformarei num poema.
Produzo em demasia. Preciso acalmar meus ânimos e dar uma folga para meus braços que se encontram lastimáveis de tanto digitar.
Incrível que por mais que eu não queira ou evite os pensamentos, frases, etc. Vêm sem me alertar. Ocorrem, percorrem minha cabeça, afloram minhas emoções e fazem com que eu arquitete palavras buscando ritmo, rimas, sonoridade, história, contexto, sensibilidade, etc.
Ando meio cansada desse ritmo punk que estabeleci e não sei como voltar atrás.
Percebo que não tenho limites, mesmo havendo o desgaste físico vou até o fundo chicoteando meu corpo, minha mente e mesmo lavando minha face crio.
O foda de tudo isso é que escrevo para ser lida por uma pequena população, a qual sou muito grata.
Anseio que mais pessoas tenham conhecimento das linhas que traço. Tenho um desejo: Gostaria de conhecer pessoalmente os meus (minhas) queridos (as) Seguidores (as.
Agradeço esse gesto de carinho e respeito pelo que faço demonstrados através desse movimento.
Saiu meu primeiro livro. Uma coletânea com o pessoal do Guará de Brasília. Prometi a mim mesma que o próximo será exclusivamente meu. Torço para que contemple uns cem poemas. Perdi a conta de quantos escritos possuo entre poesias, contos, crônicas, pensamentos, etc.
Todo escritor escreve para ser lido. Aquele que disser o contrário está se enganado, mentindo vergonhosamente.
Na minha opinião a Literatura é a arte que mais permite a livre expressão, pois absorve todos os devaneios e permite que eles nasçam, floresçam e se perpetuem.
Como disse Mário Quintana se alguém te perguntar o que tu quis dizer com um poema pergunta à essa pessoa o que deus quis dizer com esse mundo.
Portanto, não carece de explicações. Carece apenas de envolvimento. Sinta-o.
Escrevo isso porque desejo trocar contigo como me sinto nesse momento, dia 04.01.09, às 8:00 PM.
Talvez no fundo no fundo queira somente que tu me acolhas.
A gente se encontra. Ah, a gente se encontra mesmo.
Um beijo carinhoso
^gill benício
Sub-mundo
O sub-mundo escuro e profundo que todos nós vivenciamos às escondidas somente a nós pertence.
Não importa o que digam as bocas curiosas. Danem-se as opiniões alheias.
Para se livrar dos julgamentos precoces e fúteis, sugiro que guarde teu sub-mundo contigo e o viva da forma que lhe proporcionar mais êxtase.
Saboreie teu sub-mundo e sorria para ti mesmo. Aproveite.
Menino não me abandones
Meditação
Lucidez morto vivo
A lucidez dói e castiga
Maltrata tão ingrata desalmada
Arredia destrói sonhos
Arredia destrói pensamentos
Arredia perpetua a falta de alegria
E se incumbe de levar pelas águas
O brilho do olhar agastado
Entre todos
Entre nós
Entre os amantes
Entre os apaixonados.
A vigorosa lucidez
Acaba por apagar e extinguir
Quaisquer possibilidades
De se viver de forma
De se viver de forma suave.
Todos são lúcidos e o lúcido é um morto-vivo.
A lucidez carrega nas mãos
O agoro mau
A lucidez com suas mãos abastadas
Distribui palavras de descontentamento
E quando já não resta mais nada a absorver
Ela doa um choro endividado
Por ele haveremos que pagar.
A lucidez entristece
Ela esbarra no amor próprio
E joga-o para longe
Distante das mãos inquietas
Distantes dos corações por ela corrompidos.
Uma grande massa suplica em coro:
- Vai-te embora lucidez
Vai-te embora
Fez-se hora
De deixar-nos
Viver o resto
Que sobrou da ínfima glória
Vai-te embora lucidez
Vai-te embora.
Caligrafia
Doida
Sozinho
Ilusão
Por vezes e vezes destroçaram corações
Por vezes e vezes enciumaram o ardor existente entre eles
Por vezes e vezes aquentaram suas peles uma na outra
Por vezes, também, pensaram que ao silenciar suas bocas com longos beijos confeririam que tudo fosse somente mais um jogo.
Iludiram-se,
O que era simples tornou-se desejo.
Desconhecido
Desdobra o mundo
Em um segundo
Enquanto isso
Aguardamos ansiosos
Por momentos
Que haverão de ser
Delicados e vigorosos.
Articulamos as possibilidades
Indo além,
Ultrapassando
Nossas fúteis vaidades.
Quisera agora
Poder estar
Ao teu lado
Para te dizer
Que tu tens me propiciado
Momentos de menina
Momentos de mulher
Adocicados
Suaves
Leves
E embelezados.
Felicidade
Se você acredita na felicidade como algo corriqueiro, penso seu, na minha mais absoluta insignificância, que talvez seja adequado você repensar o que entende pelo verdadeiro significado da palavra felicidade.
A felicidade não tem cor. A felicidade é transparente. A felicidade é invisível aos olhos. A felicidade é abstrata. Não a avistamos. Ela nos visita quando menos esperamos.
Não estamos habituados a alimentarmos ou doarmos nosso tempo à felicidade. Não nos entregamos aos momentos felizes que se apresentam porque caminhamos pela vida de olhos vendados.
Normalmente não estamos preparados para receber a felicidade e quando ela vem ao nosso encontro não dispensamos a devida atenção que ela requer.
A felicidade se apresenta de forma instantânea durante os momentos que atravessam nossos dias. Pode estar em tomar um picolé ou simplesmente apreciar uma canção.
Esses momentos instantâneos e quase imperceptíveis não estão ao alcance de todos. São poucos os que desfrutam da felicidade quando ela se instala ao nosso lado.
Creio eu, em minha torpe ignorância, novamente, que a para a grande maioria a felicidade consiste em conquistas, sejam elas em grandes ou pequenas. É nesse momento que nos enganamos. Esse equívoco alimenta a ilusão diária de sermos felizes.
Sabemos que isso não é verdade. Isso alimenta somente nossos dias para darmos algum sentido às nossas vidas.
Há que atentarmos para os instantes em que a felicidade vem ao nosso encontro.
Sei que isso não é fácil, afinal, para tanto, temos que apagar as assombrações do passado que assolam o nosso hoje e as inquietações sobre o futuro que perturbam nossas mentes. O quero dizer é que o hoje há que ser vivido em sua totalidade.
Precisamos afastar os monstros que se apoderam de nossas existências. Precisamos afastar os monstros que aterrorizam quando, inutilmente, pensamos no futuro.
O que passou há que ser colocado de lado. Preferencialmente, haveríamos de apagar o que nunca mais voltará. Também deveríamos atentar ao futuro que ninguém pode assegurar se virá. O futuro enche nossos dias de intranqüilidades e expectativas. Ao pensarmos nele nos recheamos de medo. E viver com medo aniquila nossa visão. O passado e o futuro são responsáveis por não enxergarmos o dia de hoje.
Sinto se o (a) decepciono com minha forma de retratar a felicidade. Sinto se percebo a felicidade diferente de por muitos proclamada. Para mim trata-se de uma mera ilusão para dar sentido à existência e encarar a vida de frente.
Até.
Meninos
Merda II
Sujeito
Sítio
Onde os sinos das igrejas não tilintam
E, também, pelos pássaros não é visitado
Nesse lugar ela se encontra
Nesse lugar ela se esconde
Nesse lugar ela não sente medo
Nem existem tristezas em seu coração
Afinal, ligeira, pôs de lado
Sua crua solidão.
Liberdade vazia
Saibas que tentarei ir embora com muita freqüência. Sabes o quão sou volúvel e instável. Se me queres ao teu lado peço que agarre minhas mãos e não permita que eu escape. Afinal, conservo por ti, em meu coração, amor. Porém, não sei como dividi-lo contigo. Peço-lhe que me prenda em teus braços todas as vezes em que eu tentar me afastar.
Discurso
O homem magro reflete sobre sua existência
Descortina um conjunto desigualado
O home magro pondera sobre o seu mundo
Percebe-o sujo, fétido, imundo.
Põe-se a pensar sobre sua permanência
Constata que ninguém o espera
Também por nada mais ele anseia
E agora, tarde, em ninguém ele confia.
Pede licença para informar:
“- Senhoras e senhores desse lugar
Chegou a hora de me pronunciar
Não há saída nem como remediar.
Todas as portas estão trancadas
Trancadas se conservarão
Como disse, não há saída
Não espero mais
Fugir desse lugar
Que responde pelo nome vida”.
Fruição
Um brinde a alegria adquirida com money!
Alegria peitada em cápsulas
Alegria peitada em gotas
Alegria peitada em pó.
De fácil alcance
Vendida à revelia nas drogarias
Ou em qualquer outro fornecedor.
Efeito fortuito – espera -
Por tempo determinado
Saborosa desnuda da vida o rancor
Enquanto revigora o bom humor.
Mas cuida,
Essa alegria tem prazo de validade
Quando acaba a danada
Deixa em todos nós
Miseravelmente uma cruel saudade.
Mas cuida,
Quando se vai
As sobras são nossas angústias
Elevadas ao quadrado.
Viva a alegria embalada.
Amar para quê?
Amar para quê, pergunto eu
Enquanto nos permitimos acolher
- Numa armadilha traiçoeira -
Fazemos desesperançar com amargor
Uma união delineada - Preparação do amor -
Quando pura ela começou?
Amar para quê, pergunto eu
Se na jornada realizada pelo amor
O sofrimento e a solidão a dois – A que mais dói -
Fazem-se sempre presentes
Aferrando o nascimento do sentimento que pairou
Esse que responderá pelo nome rancor?
Amar para quê, pergunto eu
Amando nos tornamos soberbos
Queremos que o nosso amor
Pertença-nos por completo - Corpo e alma -
Enquanto inquietamente estimulamos
O início da uma perrengue destruição?
Amar para quê, pergunto eu
Se faz-se do amor uma verdadeira confusão
Esquecemo-nos do afeto precioso
Que deu início à ligação
Através do amor iniciamos a concepção
Da inevitável cláusula da separação?
É cruel, pois, o início já nos mostra o caminho do final. Morrerá.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Reveillon
Saldo
Duelo de algodão
Duelo de pedra
Duelo de sabão.
Frente a isso
Somente um pouco de ilusão
Para manter o mal que sobrou
Do findo caso de amor.
Insensatez
Falto de educação
Só rindo mesmo. Eu tão prepotente e você tão ignorante.