O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Acabou meu amor, acabou


















Acabou meu amor, acabou.
Dessa vez para sempre terminou
O que torto, recorda, principiou.

Por mais que nos doa a saudade
Por mais que nos doa a ausência
Longe um do outro havemos de ficar
Para sempre sós nos sustentaremos.

Cientes somos:
Não nascemos para viver a dois
Não conhecemos o amor
Desconhecemos o amar.

Resolvido está
Não mais te verei
Tu não mais me verás.

Mais uma vez sucumbiremos a nós
Sucumbiremos às nossas ordinárias mentiras
Tu envergonhado pelo ciúme
Eu envergonhada pelo medo impune.

Por fim, voltaremos
Aos nossos mundos perturbados
E agarraremos nosso piedoso passado.

Acabou meu amor, acabou.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu acho tao mal acabar com uma pessoa...