Palavras, poesias, poemas, versos, sonetos, estrofes, contos, crônicas, pensamentos, devaneios...
O caminho...
Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.
Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.
Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade
Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.
Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.
Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.
É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.
Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.
Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.
É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.
Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.
Humana sou.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Tablado
Possuo um tablado, um tablado minado
Outrora se perdeu, cabal e esgotado
De forma duvidosa e tola foi escravizado
Fiquei só a observar algumas plantas.
Plantas malditas e pequenas
Plantas paradas, mudas e caladas
Plantas que o vento movimenta
Assenta e faz murchar
Penso em gritar... Elas não ouvirão
Vacilo. Discorrer com plantas
Seria o início do meu exilo
Retrocedo afiada e falida.
Mas pondero e delibero, logo brado
Em grave e tom bem aguçado:
- Plantas empacadas despontem daqui!
Plantas empacadas despontem daqui!
Voem rápidas auxiliadas pelo ar
Laqueiem suas caras
Suas caras de azar.
Devolvam meu palco
Tarde ele regressará
Não importa, aqui estará
Em seu legítimo lugar.
Plantas, depressa, tenho que passear.
3 comentários:
Tablado........Ah! tablado.....
Sonho de muitos, realização de poucos, espera de todos.
Remete-nos à vida melancólica.
Muito Lindo Gill!!!
Parabéns por mais um feito!!
A cada dia me surpreende mais!!
Te amo!!
Se cuida!!
Beijos Ui
Olá! nossa este poema está demais! adorei!li umas 4 vezes! muito legal!é não é bem essa a palavra...
mas ta muito bom!
abração!
Bélissima poesia, Gil.
Deu carne a essa ode ao vegetal rs
beijo.
- Lucius -
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