O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

sexta-feira, 7 de março de 2008

"Alma Amada - a parte de cá" - Eis, por fim, Tânia



'A parte de lá' by Tânia Barros

"Minh'alma, amad'alma,
que de mundo e desmundo
é coroada!

Que desmundo é este te alumia
a luzir o mundo com tanta galhardia?!"


'A parte de cá' by gill benício

O final (?), 'a parte de cá' by gill benício

Tua amad’alma
De mundo e desmundo coroada
Não te espantes agora, minha senhora. Faz-se hora?
Para aclarar noites sórdidas e acobardadas?

Que desmundo é este que te alumia,
A luzir o mundo em galhardia?
Olhas! Perpetua com brio próprio, aludia
Nosso acanhado desmundo das palavras em melodias.

Outrora, quão infeliz, rudemente estudado
Por fim, depois de tanto rebuscado,
Burila calmo e acalmado: Pobre, jamais coitado.

Caminha seguindo pelos dias
Igrejas,
Altares e
Melancolias.

Colossal, enfim, aquietou-se nos lugares
Não ambiciona durar algazarras
Deseja mesmo é alastrar-se
Embebedando suavemente mentes secas pelos ares.

4 comentários:

Escritora Tânia Barros disse...

Doce e talentosa, Gill Benício. Fico abobalhada com tua capacidade de criar, recriar e transformar nosso idioma - tanto o corpo como a alma (língua e poesia, em algo ainda mais especial e belo.

Que os Anjos e as Musas a protejam, sempre, e tragam-nos um livro de sua lavra, finalmente!


(no fim do poema que inspirou esta sua obra prima, eu fiz mudanças mínimas que estão no blog, já há alguns dias.)

Beijos, luz, paz, amor, alegria e tudo de bom bom bom que vc merece!

Escritora Tânia Barros disse...

Oi, já corrigi o link lá no blog.
Obrigada,pela adição do meu ao teu blog tb.

Escritora Tânia Barros disse...

Olá, amiga. Como sabes estes dias estou resolvendo assuntos importantes. Logo logo retorno com novos textos. No blog postei algo que já está no orkut, com mínimas alterações como sempre.
beijos, se cuida bem.
tany

Anônimo disse...

Querida Gill, estarei fora esta noite. Qualquer coisa deixe e-mail, que é melhor.

Sumida, heim, amiga, tomara seja por motivos maravilhosos. (rs)
Tânia Barros