
Não tem mais a quem socorro impelir
Vaga mais uma noite só pelas ruas sombrias
Também chora um passado renunciado distante
Comprazes-se das amarguras vividas em tantos instantes.
Caminha pelas calçadas tumultuadas
Roga, na mente, quem sabe, talvez, um pouco de alegria
Porém, conhece-se bem
Sabe que não será abençoado por qualquer ventura.
Moço quieto esse moço
Moço quedo esse moço
Apaziguado esse moço
Moço esse pela vida inteirinha maltratado
Por isso situou seu tudo de lado.
Havia a fé que saboreava
Havia a reza que rezava
Havia a igreja que freqüentava
Havia nele algo em que acreditava.
Esqueceu, resolveu eternizar
Sua alma nas ondas agitadas do mar
Sabe bem, é bem sorvido de intuição
Quando seu fim estiver próximo
Irá para o mar
Por lá ficará
Até não mais respirar.
Há tempos abençoou essa constatação
Há tempos não deseja mais nada
Há tempos não sonha
Se o sonho o procura o procura em vão.
Tem ciência que de daqui para frente
Diariamente seu coração
Será ferido um pouco mais
Espera apenas ir nos braços da paz.
Quem sabe moço?
Quem sabe?
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