
Na minha garganta sinto a secura da sede
Peço, por favor, dá-me um copo d’água.
Também encontro-me sensível ao frio
Consegues-me um agasalho?
Intimido-me em dizer a verdade
Francamente o que desejo
É um abraço acalorado.
Avizinho-me tão desamparada
Confino-me tão sombreada
Verto-me em lágrimas minguadas
Para destacar entorno-me num nada.
Transfigurei-me
Estou triste, percebes?
A tristeza me põe cansada
Dentre a multidão sinto-me tão só
Fiz-me de mim uma pessoa isolada.
Queria gozar de alguma razão
Queria fruir de um motivo qualquer
Para entender todo esse por quê.
Sigo sem qualquer outra ambição
Nada mais vai além no meu coração
Coloco minhas mãos sobre a cabeça
E recorro a mim
Ordeno-me que eu me esqueça.
Passei a repugnar a minha pessoa
Refuso nesse instante o meu formato
Desse modo consigo me alimentar
Desse modo consigo adormecer.
O sono me ajuda no giro
O sono dá-me algumas horas para esquecer
No sono encontro um pouco do viver.
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