
Através do teu vestido corado
Vejo açular teu peito rosado
Enquanto sinto soar
Teu coração apertado.
Tua fala mansa e rouca
Soa frágil, soa fragmentada
E à uma corda
Parece atada.
Meus olhos vêm em ti
Uma estampa que foi ferida
Uma estampa sequiosa
Que carece bradar
Mas, tua fragilidade momentânea
Tom algum consegue alcançar.
Muda estás
Nada ouço
Desejo que um dia
Alto possas gritar: - Proclamar
Perante essa situação.
- Tu tão bonita -
Carregas no teu corpo esguio
A semente da solidão.
É isso mulher?
Reparando em ti um pouco mais
Observo os movimentos do teu corpo
Aventuro-me a fotografar
Mas, infelizmente, prendo-me
Frente à ausência de anistia.
Avigora-te um pouco mulher
Diz logo o que te abala
Diz logo o que te põe atordoada
Talvez, quem sabe assim,
Soe para mim
Uma acanhada resposta.
Entoa mulher o que aperta teu peito
Entoa mulher o que aflige teu corpo
Entoa mulher.
Será que no fundo da tua razão
Perdestes o rumo
Enganou-se na direção
Ou será que tu se apoderou
Da errada condução?
Quem sabe mulher que o nó
Que outrora por ti foi atado
Possa por nós
Ser afrouxado.
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