
Mãe não penses em mim como alguém capaz
Saibas que me escondo atrás dos lençóis que tu lavas
Sempre, durante todos dias
Depois que tu anuncias
Tua reza diária
E vanglorias teu senhor
Num ato sereno de amor.
Mãe, tu sempre desejou
Viver por mim
Viver para mim
Para me extrair
Da dor que o mundo
Faz a gente sentir.
Mãe, precisas tomar ciência
Apregoou-lhe que não sou apta
O medo que sinto da vida me abstrai
E, assim, faz-me incapaz.
Mãe, saibas que quando saio por aí sozinha
O que queria na realidade
- Escuta essa verdade -
Era ficar em casa
Com a cabeça recostada
Em teu colo, mãezinha.
Mãe, tu que sempre ambicionou
Um sonho para eu na vida percorrer
Mãe, tu que sempre ambicionou
Uma quimera em minhas mãos despejada
Mãe, tu tens que saber
O quanto sou inadequada
Para a vida viver.
Mãe, é assim que levo
Meus dias e minhas noites
Mãe, é assim que sobrevivo
Ao medo do invisível
Ao que desconheço
Esse temeroso e imprevisível.
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