
Em certos dias não me pertenço. Faço parte de algo que não sei definir direito o que é. Apenas sei como o sinto. Trata-se de algo imperativo que se apodera das minhas emoções e põe em cheque a minha razão.
Mesmo sendo contrária a esse algo ou ciente de não necessitá-lo ele faz com que eu busque minha cama e deite-me horas e horas. Faz com que divague de forma confusa. Esse algo me humilha, pois se apossa das minhas energias. Não tem hora ou lugar para me encontrar.
Exerce tamanho poder sobre mim que me torna, quando presente, totalmente inerte. Enquanto ele está ao meu lado me conservo apática e sinto que ele anula meus pensamentos e confunde minhas emoções.
Astuto, descobriu que carrego comigo uma tristeza antiga e soberana. Dessa forma, apodera-se dela fazendo com que se sobreponha ao seu tamanho natural. Consegue fazer com que eu me sinta ainda menor do que normalmente me vejo.
Talvez a palavra adequada para denominar esse infortúnio seja desânimo. Sim. Desânimo é a palavra que melhor traduz o que se passa comigo quando estou acompanhada dessa desagradável sensação.
Mesmo, apática e entristecida, sinto que chegará o dia em que terei forças para não permitir que o desânimo me perturbe e sufoque. Não sei aonde buscarei coragem para enfrentá-lo, mas sei que um dia o farei. Confio.
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