
O som da chuva acompanha os passos pequenos do homem.
Ele ensaia uma marcha que sai desequilibrada de tão embriagado que se encontra.
Anestesiado, não sabe o que fazer com o dia presente.
Anestesiado, o passado quase que por completo abençoadamente esqueceu.
Ébrio não pensa no amanhã. Tem ciência que pode haver ou não acontecer.
Com passos imponderados pelo efeito da aguardente sai cambaleando e na calçada fria se deita. Rapidamente adormece.
Tem um um sonho agradável. Nele revê a cama em que por tempos e tempos repousou.
Em sua fantasia vê nitidamente a mulher que outrora o acalantou.
Acorda de supetão. Sabe que para sua infelicidade o papel da senhorita ninguém mais haverá de realizar.
Volta para o bar. Pede um copo de cachaça. Seu desejo é de mais um pouco se embriagar. Nada como se embebedar, amortecendo assim, a vida que se tem de encarar. E viva a cachaça.
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