
Foi na rua que aprendi
A medo deixar de sentir
Lá também me ensinaram
A comer com as mãos
As sobras achadas
Os pedaços de pão.
Ingeríamos a comida
Requentada, ainda meio morna
Num fogão que nos fora doado
Por um senhor sofreado.
Não posso deixar de dizer aqui
Que em cada olhar que vi
Nunca haviam eles experimentado
Um aviltado sorriso emitir.
Meu deus quanta pobreza
Pergunto eu na minha mísera condição
- O que o senhor anda fazendo
Para reverter essa situação?
Continuo eu ainda
Na condição de mísera
A perguntar-lhe se desses se esqueceu
E de lado os tolheu?
Ainda eu por aqui
Na condição mísera a que sucumbi
Essa mulher que tua existência
Todos os dias questiona
Roga-lhe agora com esperança
Pede logo que apareça
E trate de cumprir com sua obrigação
Revertendo a perversa situação
Embalada erroneamente um dia
Por alguém que não queria
Nada de nada dividir.
Rogo que esfregues
Em minha face tua presença
Sinto-me cansada
Sofro, creio de alguma doença
Falta pouco para eu partir
Venha antes de eu me despedir
Senhor fazer com que o mundo
Deixe de os mal dotados
Diariamente iludir.
- Apareça
Quem sabe assim
Eu possa seguir
Crendo que tu existes
Para abrandar o mundo
E também para acalmar
Através do sono profundo
Corações e corações extorquidos.
- Meu deus venha aqui.
Um comentário:
Belíssimas poesias e citações. Sucesso e inpiração. Visite o blog: myspace.com/adrianajanainapoeta.uma linda semana.
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