
Ela me fita. Maldita. Soberana.
Faz-me sentir menor do que me reconheço
Pareço grande, mas sou pequena
Ela gosta e acaba por me tornar
Um pedaço da minha crença- maldita doença.
Apropriada passeia pelos meus pensamentos
Almeja minha alma, esse tormento
Talvez eu entregue o que ela quer
Sou humana, sou minúscula, sou mulher.
Com coragem e arrepiada
Fito-a por alguns instantes
Tenho medo, viro-me
Ela é grande, pra mim gigante.
Dou partida, vou de primeira
Lenta, faço de conta que vou embora
Mas continuo ali parada
E ela a me olhar tão desencantada.
Bem sei por que de mim se apropriou
Do que já fui, do que ainda sou
Maldita minha parede vermelha
Virei sua presa, sou seu horror.