
Não penso mais num ser humano errando
Por intento ou desejo
Ninguém ingressa a errar por aspiração
Seria falta de ciência ou capricho vão.
Faz-se tudo no intuito de acertar
Todavia, o desacerto chega
Sem aviso prévio
Ninguém a comunicar só desarranjar
Dói ter ciência da ausência do nome do teu pai
Na tua certidão de nascimento
O quão difícil deve ter sido
E ainda persiste encoberto o enigma.
Por isso não te desgosto mais
As mágoas se quebraram
De tempos pra cá, posso te asseverar
Com lisura e integridade no coração
Que as angústias espancaram
Nos muros e paredes da minha solidão
Compreendi,
Tomei aviso,
Senti:
Foi o que podias
Foi o que sabias
Foi o vivenciado por ti
Foi o atingido com o pai dos outros
É sabido:
Altercarmo-nos por alguns trocados
O tempo foi incumbido tornando tudo miúdo
Porque não dizer sagaz
Ao mirarmos nossos valiosos filhos de paz.
Releva o padecimento
Perdoa a humilhação
Se puder, esqueça as ofensas
E anistia o quebranto causado.
Do mesmo modo compete a mim:
Fui o sugestionado o recomendado
Porque não dizer o mais cômodo ou indicado
Menos sofisticado o mais iludido lado
Tão arredia em meu casco quebrado
Sem reza nem bênção
Sem graça ou consternação
Fui só mais um alguém
Nós - dois seres miúdos -
Eu e você também.
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