O caminho...

Intento, ainda acanhada, entregar-me às letras, sílabas, palavras, frases e o que se pode obter dessa junção. Coisa linda a mistura das palavras.


Sempre fui encantada pela nossa Língua e tive a oportunidade de ter como mentora, na antiga quinta série, a professora de LP Maria Alice.

Seu saber e envolver a todos nós, seus alunos, fez-me, literalmente, apaixonar-me por uma mulher aos onze anos de idade

Paixão platônica, pueril, inocente e verdadeira. Nascida da admiração do saber e ir além fazendo os outros também participarem desse conhecimento espetacular, quanto se trata de se entregar à Língua Portuguesa.

Vivo pelos cantos, tanto internos quanto externos, de caderneta em punho e caneta entre os dedos. Do nada, vejo uma imagem ou ouço uma palavra perdida num bar e dali parto para uma história vinculada à alguma vivência minha, da infância difícil até a executiva promissora, e me abro para o mundo das letras.

Meus dedos percorrem rapidamente a caderneta anotando o que me for possível trazer à tona, num momento posterior, de pura entrega, dedicar-me a misturar palavras, ritmos, sentidos, além, de uma boa dose de singularidade.

É assim que construo sem pressa meus poemas, versos, sonetos, também minhas crônicas, prosas e contos.

Foi a poesia que me salvou de me destruir na minha mais pura e insólita melancolia.

Foi a poesia que me salvou de mim mesma, impediu que eu ultrapassasse a linha da imaginação e fosse para algum lugar nunca antes visitado.

É a poesia, o verso, a magnitude da construção literária que me mostram quem realmente sou.

Oras posso valer até um milhão, mas sei tão bem que não valho sequer um tostão.

Humana sou.

sábado, 30 de julho de 2016

(Minha) Definição para crueldade:

Dói não ser notada,
Fere não ser ouvida,
Dói não ser considerada,
Fere não ser percebida.

Porém, o que mais me acaba,
Nessa situação toda,
É perceber que, dia após dia,
Mais e mais, por ti, ignorada sou.
Conclusão: Nada mais sou?!

Então, permita-me, perguntar:
- Será que só por você,
- Ou será, também, que por mim?

Responda-me, rogo-lhe, por favor:
- É isso mesmo?
O fim se autodenominou?
- É isso mesmo?
Acabou?



quarta-feira, 20 de julho de 2016

Desenlace

“Fique tranquilo meu jovem,
Fique em paz meu rapaz,
Eu aguento, aguento sim,
Sobrevivi tanto a você,
Agora, sobreviverei a mim”.

sábado, 2 de julho de 2016

Ahn?

- Quem diria, foi buscar conforto na mãe Maria; 
Quem diria?

Perdoe Meu Rapaz, Perdoe...

Eu sei meu rapaz, eu sei. Quero dizer, às vezes acredito que sei. Perco-me logo em seguida e da afirmativa parto para a interrogação. Perdoe meu rapaz, por eu ser como sou. Se eu fosse diferente não seria quem sou. Assim, seguirei sendo como sei ser, como me fiz para mim...

Perdoe, meu rapaz, perdoe, por ser eu esse alguém assim...


I Am NOT Black, You are NOT White.